Portal de notícias Caçador Online
Mundo Novo


O QUE ESPERAR DA “RIO + 20”?

Nesses dias, as atenções de toda humanidade convergem para o Rio de Janeiro. Ali acontecem a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável (Rio 92+ 20) e a Cúpula dos Povos, evento que reúne as organizações civis e os movimentos populares em defesa do planeta Terra e da sustentabilidade.

A conferência da ONU deveria anunciar ao mundo um novo acordo em defesa da sustentabilidade planetária. Entretanto, há meses, todos sabem que isso não vai acontecer. Apesar de estarem presentes no Rio mais de cem chefes de Estado, as soluções propostas serão vagas e frágeis. Infelizmente, cada vez mais os governos dependem das grandes corporações econômicas. Essas se opõem a qualquer tipo de acordo que contrarie seus interesses de lucros sem limites!

A crise econômica que assola a Europa e os Estados Unidos deveria provocar a busca de alternativas diferentes ao atual modelo de desenvolvimento social e econômico. Entretanto, a elite dessa sociedade não aceita pensar outro caminho econômico, nem outro modo de lidar com a natureza. Por isso, os governantes dos países ricos não vêm à conferência da ONU e os funcionários por eles enviados não têm autoridade para engajar seus países em um novo pacto mundial de defesa da Terra, da água e do clima.

A esperança da humanidade se alimenta do encontro da sociedade civil internacional na chamada “Cúpula dos povos”. Nesse ciclo de diálogo, uma referência fundamental é justamente o bom viver indígena, (sumak kwasay ou sumak kamana), conceito que significa a plenitude da vida que todo ser humano busca na convivência uns com os outros e na comunhão com a natureza.

Quem crê em Deus sabe que o seu projeto é vida plena para todos. É essa vitória da vida sobre o desamor e a injustiça eco-social que buscamos como nova bússola. No lugar de apontar sempre para o norte, como fazem as bússolas convencionais, a esperança de uma nova comunhão com a terra, a água e todos os seres vivos nos orienta para o sul como horizonte de autonomia de nossos povos e se realiza a partir do projeto de integração da humanidade com o seu Meio Ambiente.

Uma coisa é certa, esta será mais uma Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente que não dará muitos frutos. Infelizmente a visão materialista e capitalista da humanidade prevalecerá mais uma vez, e num futuro não tão distante, tudo isso que o homem tanto preza (dinheiro e poder) não terá mais valor nenhum.

Um grande abraço a todos e fiquem com Deus.

Júlio César Moschetta da Silva


Júlio César Moschetta da Silva

Graduado em Engenharia Ambiental, especialista em Educação Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos. Atuante em Conselhos Municipais em Caçador, Comitê da Bacia do Rio do Peixe e OnG Gato do Mato. Na coluna Mundo Novo Júlio escreve sobre assuntos ambientais, relacionando o tema com o desenvolvimento humano. Também aborda assuntos de caráter filosófico, abrindo discussão sobre a consciência humana.

julionatural@yahoo.com.br