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A QUALIDADE DE VIDA E O CONSUMISMO

Buscamos algo para as nossas vidas. Sempre estamos almejando adquirir coisas novas, bens de consumo e riquezas. Grande parte dos nossos sonhos de consumo são baseados em coisas materiais, como: carro, computador de última geração, casa na praia, móveis novos, entre outras coisas. Acreditamos que assim teremos mais qualidade de vida!

Bem, até um determinado ponto este nosso desejo incontrolado em comprar, em possuir pode ser saudável, mas quando deixamos a palavra incontrolado tomar as rédeas de nossas vidas, então o consumo deixa de ser algo natural do ser humano na busca da evolução e passa a ser uma doença.

Lembro-me de um pensamento de um autor desconhecido, que certa vez foi exposto em forma de faixa na Praça Nossa Senhora Aparecida, aqui em Caçador, que dizia assim. “O homem só dará valor ao Meio Ambiente quando perceber que não pode respirar e nem beber o dinheiro”. É para se pensar, pois de que vale todos os bens materiais do mundo, todo o dinheiro do mundo se vivermos em um planeta poluído e em desequilíbrio?

Segundo a enciclopédia “Consumismo é o ato de consumir produtos ou serviços, muitas vezes, sem consciência”. Há várias discussões a respeito do tema, entre elas o tipo de influência que as empresas, por meio da propaganda e da publicidade, bem como a indústria cultural, por meio da TV e do cinema, exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas induzem ao consumo desnecessário, sendo este um fruto do capitalismo e um fenômeno da sociedade contemporânea.

Muitas vezes o consumismo chega a ser uma patologia comportamental. Pessoas compram compulsivamente coisas que elas não irão usar ou que não têm utilidade para elas apenas para atender à vontade de comprar.

A explicação da compulsão pelo consumo talvez possa se amparar em bases históricas. O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. A industrialização agilizou o processo de fabricação, o que não era possível durante o período artesanal. A indústria trouxe o desenvolvimento, num modelo de economia liberal, que hoje leva ao consumismo alienado de produtos industrializados.

Além disso, trouxe também várias conseqüências negativas por não se ter preocupado com o meio ambiente. Mas será que para ter qualidade de vida em nosso município, precisamos ampliar o nosso grau de consumo ou Caçador oferece muitas possibilidades de lazer, entretimento, trabalho, alimentação, ambientes adequados, ou seja, qualidade de vida?

Certas coisas só têm valor, pois somos nós que atribuímos esse valor. Outras, que realmente tem valor eterno, nem se quer percebemos! Gostaria de fazer uma proposta aos nossos leitores, vamos refletir sobre o que tem verdadeiro valor em nossas vidas e o que não tem. E tentar mudar em alguns pontos a nossa forma de interagir com o meio ambiente onde vivemos.

Tenho certeza que todos que se dispuserem a isso, terão um ganho muito expressivo na sua qualidade de vida e principalmente na consciência tranqüila de que está fazendo o melhor para o futuro de seus sucessores!

Um grande abraço a todos e até a próxima matéria.

Júlio César Moschetta da Silva


Júlio César Moschetta da Silva

Graduado em Engenharia Ambiental, especialista em Educação Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos. Atuante em Conselhos Municipais em Caçador, Comitê da Bacia do Rio do Peixe e OnG Gato do Mato. Na coluna Mundo Novo Júlio escreve sobre assuntos ambientais, relacionando o tema com o desenvolvimento humano. Também aborda assuntos de caráter filosófico, abrindo discussão sobre a consciência humana.

julionatural@yahoo.com.br