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Amor & Sexo


Largue mão desse mané, mulher!

“Oi Lidi. Estou precisando muito desabafar. Se eu não falar com alguém vou sufocar. Estou péssima. Trabalhando não está bom. Em casa não está bom. Na casa da minha mãe não está bom. Se saio com as amigas também não está bom. Nossa Lidi, que dor doida essa dor do amor! Estou tão angustiada. Faz muitos anos que eu não sentia isso. Meu Deus! Não sou nenhuma jovenzinha para não conseguir controlar meus sentimentos. Já estou beirando os quarenta e uns e de sério mesmo, só tive um namoro de 10 anos no passado e, ao longo desse tempo, ainda não tive filho. Não entendo como pode, nessa altura do campeonato, eu não estar conseguindo lidar com isso. Mas agora Lidi, vou te contar o que aconteceu. Faz quinze dias que meu namorado terminou comigo. O nosso namoro começou de uma forma muito intensa.

Nós comecemos faz quase um ano. Batemos o olho um no outro e gamamos. Uma semana depois estávamos vivendo um amor intenso. Ele não é de Caçador, mas nos vemos praticamente todos os finais de semana, desde que nos conhecemos. Quando ele não vinha me ver, eu viajava para encontrá-lo. Ele é um homem perfeito. Lindo, bem sucedido, apaixonado e presente. Só que ele tem uns defeitos que não são fáceis de lidar. Ele é extremamente ciumento e possessivo. Quer que minha vida gire, exclusivamente, em torno dele. Ele me monitora o tempo todo, quer que eu diga tudo o que faço, não quer que eu saia com minhas amigas, me liga a cada passo para saber o que estou fazendo, não quer que eu saia de casa sem ele, se estamos na presença de outro homem, na maioria das vezes, ele tem crises de ciúmes. Já chegou a me agredir por causa de desconfianças. E eu? Eu estou fazendo tudo que ele me pede.

Abri mão da minha vida para viver essa história de amor e confesso que tenho sido negligente com meu trabalho, para poder estar mais tempo com ele, afinal, cismei que quero um marido, que quero casar e que quero dar um bebê para ele. Lidi, praticamente todas as vezes que conversarmos ele vem com as mesmas conversas de que eu não gosto dele, que apronto pra ele, que nossa relação não vai dar certo e blá blá blá. Há alguns dias sai para almoçar com uma amiga, comentei com ele e, como sempre, pirou o cabeção. Naquela noite ele disse que sairia com outra mulher e saiu. No final de semana seguinte ele disse que não viria me ver e que também não era pra eu ir a seu encontro. Não me ligou mais. Não respondeu as minhas ligações, as minhas mensagens. Lidi, surtei! Se não fosse a companhia das minhas amigas, acho que teria feito besteira. Eu tinha o telefone da mulher com quem ele estava se relacionando porque num desses finais de semana ela ligou atrás dele e eu atendi o telefonema. Até aquele momento eu não me importava dele transar com outras mulheres, afinal era só sexo por sexo. Amor ele sentia por mim.

O que eu dizia para ele é que não transasse com a mesma mulher, porque se transamos mais de uma vez com a mesma pessoa, acabaria criando um vínculo e isso não é bom, porque pode nascer um sentimento. Lidi, nessa minha vida tive muitos homens, muitos homens mesmo. Eu a vida toda fui muito precoce, minha primeira transa foi com 13 anos. Eu sempre digo que acho que era pra eu ter nascido homem, porque não posso ver um par de sapatos, que fico doida. Sou como homem que não pode ver um rabo de saia. Só que agora estou pagando por tudo que fiz, porque esse homem está me fazendo perder o chão. Lidi do céu! Na semana que terminamos peguei o telefone e liguei para aquela piranha. Discutimos feio por várias horas e por várias vezes. Cheguei até dizer que estava com HIV para intimidá-la. Foi o fim! Usei todas as minhas armas. Ela chegou a dizer que estava grávida dele. Eu pirei, porque era eu que queria dar um filho pra ele. Enfim, essa história do HIV chegou aos ouvidos dele e de sua família. Nossa, que feio para uma mulher da minha idade! Resultado. Tem males que vem pra bem, porque só assim, depois de muitos longos anos, fui consultar minha ginecologista e fazer um checape. Você acredita Lidi que nunca fiz um preventivo; não lembro qual a última vez que fui no ginecologista; transei muitas, mas muitas vezes sem camisinha com muitos homens; Menina, eu sempre fui muito, muito negligente mesmo com minha vida e agora a consciência está me cobrando. Estou com medo do que vou ver no resultado dos exames.

Ai Lidi, estou vivendo um pesadelo, se eu conseguir sobreviver a tudo isso, vou mudar completamente meu jeito de viver a vida. Lidi, agora a minha ficha caiu, está na hora de começar a repensar os meus conceitos. Porque só tenho uma vida e não quero perdê-la por imprudência. Não sou nenhuma menina para me comportar com tal. Lidi, o que está acontecendo comigo? Será que a vida está me cobrando por todos os erros do meu passado? Me diz alguma coisa, qualquer coisa, Lidi?” Um abraço Luiza – Centro

Oi Luh, que história amiga! O seu problema é bem sério. Luiza, sei que não vou resolvê-lo, mas, mesmo assim vou dar os meus pitacos. Sei que quando a gente está de fora enxergamos tudo com mais clareza. Por isso eu te digo Luiza você está fazendo tudo errado. Meu Deus! Como uma mulher experiente, madura, inteligente e interessante como você aceita uma condição como essa? Escutei hoje mesmo na televisão que é comprovado que a paixão nos cega e você só pode estar cega, para não enxergar que essa sua relação não é saudável. Amor não é posse. Ninguém é nosso dono. Nascemos livres e assim devemos permanecer. Eu sei que quando amamos não queremos perder, não queremos ter que começar tudo de novo. Por isso acabamos aceitando imposições que sabemos não serem corretas.

Luiza, sei que é duro ter que voltar a procurar um novo amor, sei com a sociedade é cruel e tem o prazer em nos ver fracassada, principalmente, quando o assunto é amor; sei como é difícil admitir que fomos abandonadas ou trocadas por outra mulher; SEI TUDO ISSO. Mas o que não dá é ficar vivendo uma vida de mentira, de fachada, de aparência, ou como queira chamar, só para mostrar para a TAL sociedade que não estamos sozinhas. QUE SE DANE o que os OUTROS VÃO PENSAR. Estou cheia de fazer de conta. Eu não faço de conta desde que me separei. Não quero e não vou mais viver pela metade. Se for para viver um amor, vou vivê-lo intensamente, caso contrário, vou continuar sozinha até o momento em que encontre um homem que realmente me faço ter BORBOLETAS NO ESTÔMAGO. E enquanto essa pessoa não chegar vou estar SOZINHA SIM. Antes só do que estar sendo usada como um depósito de sêmen. Antes só, do que ser procurada somente quando as outras ‘ficantes’ não estão disponíveis. O cara te ‘come’, SOME, e quando quer (POR SABER que mulher é burra, porque quando GOSTA, aceita MIGALHAS) o sujeito SURGE do nada como se nunca tivesse desaparecido. Eu estou de SACO CHEIO de ter uma LINDA E DELICIOSA noite de amor e depois que o cara te deixa em casa você NÃO sabe se o cara UM DIA vai voltar e QUANDO vai voltar.

Eu já vivi isso tudo que você está vivendo por mais de uma vez, EU ADMITO. Primeiramente com um namorado que me moldou direitinho como ele queria. Já contei essa história por aqui, mas vou relembrar caso você não tenha lido. Pois então, namorava um dentista bem sucedido que conheci através de um tio meu de Pato Branco. Eu era assim como sou hoje, moderna, descolada, fashionista, mas com o passar do tempo ele me transformou numa freira. Eu não podia usar blusa decotada, não podia usar saia pra cima do joelho, não podia mostrar os dentes (e tu sabe como sou boca aberta – risonha), não podia conversar (tu sabe como sou faladeira - srsrs), não podia sair de casa sem ligar avisando aonde eu iria e, claro, não podia ir em qualquer lugar. Enfim, me anulei por completo, afinal ele me prometia casamento e filhos, muitos filhos. O sonho de toda mulher! Luiza, eu comia na mão dele. Até que um dia ele encontrou uma outra mulher que era igual a quando ele me conheceu. Sabe o que aconteceu? Ele me deixou por causa dela. E eu? Meu Deus! Perdi completamente o chão. Por alguns meses eu morri e esqueceram de me enterrar. Eu chorava noite e dia. Não conseguia viver sem ele. Foram meses naquele sofrimento intenso. Mas, não a dor, nem amor, nem sofrimento que duro uma vida inteira. O tempo passou e sobrevive. Com o tempo vi a luz na final de túnel e tudo voltou ao normal. Curei daquele amor doentio e consegui recuperar a minha vida. Vivi anos felizes e livres. Depois dele tive alguns amores, mas nenhum que fizesse eu perder o chão. Sabe aquele amor que faz o coração sair pela boca, as pernas tremem e os olhos brilham como um farol acesso? Muito bom! Só fui sentir tudo isso muitos anos depois quando conheci meu ex-marido.

E com ele aconteceu tudo de novo o que havia acontecido com aquele bendito namorado. Por isso cheguei a conclusão de que o amor é uma merda, porque ao invés de nos fazer feliz, nos faz sofrer. Como já contei por aqui consegui me separar tem mais de três ano e meio e de lá pra cá, a cada dia que passa, me convenço que não nasci para o AMOR, por isso evito me relacionar, procuro fugir dos homens, a minha fuga é o trabalho, os estudos e o voluntariado. Assim, não penso no AMOR, porque o amor só me faz sofrer. Sabe Luiza, sou uma mulher intensa, intensa em tudo, principalmente quando o assunto é amor e nesse caso, amar de verdade não é bom.

Por isso querida Luiza, de nada adianta eu te dizer que está investindo suas cartas numa pessoa que não é confiável, porque quem vai ter que enxergar isso vai ser você mesma. Tenho certeza que as pessoas que realmente te amam te falam as mesmas coisas que estou te falando. Luiza, somente você vai poder e tem o poder de decidir quais serão suas escolhas. E são essas escolhas do seu presente que vão refletir no seu futuro. Sei que deveríamos ser racionais, deveríamos agir com a razão, mas quando o assunto é amor, ‘emburrecemos’, infelizmente, e quando acordamos, na maioria das vezes já é tarde demais. Bom seria se acordássemos a TEMPO de não PERDER tempo com a pessoa errada, mas, mais uma vez eu digo, ISSO NÃO ACONTECE. Primeiro quebramos a cara, para depois juntar os cacos.

E menina, os pitacos não param por aí. Luiza, que relapsa você tem sido com sua saúde, com sua vida, com seu trabalho. Tudo bem que esteja cega de amor, mas tem algumas coisas que não podemos fazer de conta que não enxergamos. Você, uma mulher madura e acima de tudo inteligente, informada e ainda assim descuidar desse jeito da sua vida! Meu Deus! Em que mundo você vive? Quer transar com mil homens. Pode até transar. Como dizem por aí: lavou, ta novo. Mas amiga, você não pode deixar de se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis e também não pode deixar de evitar uma gravidez indesejada. Ou você é daquelas pessoas que ainda acreditam que isso só acontece com os outros?

Pessoal, aí vai um alerta: Gente, isso é sério! É preciso cuidar muito com quem você está indo pra cama. Nem sempre porque a pessoa é bonita, tem aparência de limpinha, tem carro bacana, um trabalho respeitado e dinheiro no bolso que está livre da AIDS ou de qualquer outra doença. E também uma pessoa com esse perfil também não é garantia de que vai assumir e que vai criar bem o filho que nascer de uma transa casual.

Gente, hoje as pessoas, tanto homens, quanto mulheres estão vivendo uma vida promíscua regada a muitos parceiros casuais. Por isso eu lhe aconselho a pensar: Será que ele (a) transa só comigo sem camisinha? Ou será que transa comigo e com a torcida do flamengo sem camisinha? Pense nisso e... CAMISINHA NELE!

Com carinho,
Lidiane Cattani Rabello - jornalista


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com