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Palavra Andante


QUEM INVENTOU AS FÉRIAS?

Não sei quem inventou as férias. Por enquanto não vou pesquisar, pois estou em um local sem livros e sem Google. Então vou imaginar algumas hipóteses sem muito compromisso com os livros de História.

1) Deus as inventou, quando descansou no sétimo dia.

2) A Natureza inventou as férias quando estabeleceu que temos que dormir.

3) As férias nasceram quando os trabalhadores começaram a, literalmente, morrer trabalhando. Então os patrões acharam melhor dar uma folga prolongada para o operário se recuperar do que perdê-lo para sempre.

4) As férias sempre existiram, o trabalho é que foi inventado posteriormente.

5) As férias foram criadas para aumentar o consumo, pois, com folga prolongada o trabalhador se via obrigado a gastar mais para viver.

6) As férias foram inventadas por um formidável gênio da humanidade. Provavelmente na Bahia. Ou, ao menos, em alguma praia brasileira.

7) Seguindo essa linha de raciocínio, as férias devem ter sido criadas como consequência de outro invento magistral: a rede.

8) Algum superdotado, num fim de tarde qualquer, pegou o vestido da avó ou a rede de pesca, pendurou entre dois coqueiros e puft: percebeu que o tecido sorria côncavo e simpático. Ao entrar na rede, ao sentir o leve balanço e ter outro ângulo do mundo, este pensador plantou a semente do que hoje chamamos férias.

9) Pilotando sua nave espacial na órbita de dois coqueiros, o inventor foi definindo o rumo de uma nação. O simples descanso foi alongado. A dormidinha foi aperfeiçoada e algo mais profundo e meditativo começava a tomar forma.

Era o embrião do que hoje chamamos de férias.

Provavelmente as historietas acima não tenham nada a ver com o real surgimento das férias. Mas agora (ainda) é janeiro e isto pouco importa. As férias são um espaço sagrado (com ou sem rede). Uma época em que as pessoas podem conviver de modo mais próximo, podem ter outra visão sobre suas vidas, podem recuperar as forças e sonhar novos planos. Nas férias somos encorajados a ser nômades e a buscar outros ares, terras e águas. Provar novas frutas e interagir com outras formas de vida.

Tudo isso deve ser muito enriquecedor (embora custe uma bela grana). Contudo, os melhores momentos geralmente são impagáveis e só precisam de nossa atenção para serem vividos.

Agora vou parar de escrever porque... estou de férias :D


Rodrigo Espinosa Cabral

Rodrigo Espinosa Cabral, brasileiro, vegetariano, gremista. Um pedaço de poeira cósmica que, às vezes, escreve. Palavra Andante, um passeio pelo mundo das letras.

rodrigoec@gmail.com