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Amor & Sexo


Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra

“Oi Lidiane. Acompanho seu trabalho há anos. Sempre tive vontade de te escrever e contar a minha história. Sou uma mulher de 29 anos, já tenho três filhos e trabalho no chão fábrica de uma madeireira. Dou um duro danado para sustentar a casa. Tenho marido, mas, ele pouco me ajuda. Nos separamos faz, mais ou menos, um mês porque além de praticamente não me ajudar em nada, ainda me trai o tempo todo. Foi ele quem decidiu voltar para a casa de sua mãe. Ela passa muito a mão em sua cabeça. Afinal, ele é o filho lindo da mamãe. Você sabe como é? Lidi, eu sei que estou longe de ser uma Gisele Bündchen. Eu tenho espelho em casa, sei que estou bem ‘judiada’, sei que estou bem acima do peso, não sobra grana para ir no salão, muito menos para levar as crianças no dentista. Lazer, então? É só na base do improviso.

Meu marido, melhor, meu ex-marido, é um rapaz boa pinta. Não é porque fui casada com ele, mas, o rapaz é muito bonito mesmo. Tem corpão, sorrisão, olhos verdes, anda sempre na beca e tem um carrinho popular, que comprei com muito custo para ele. Não precisa de mais nada para atrai o olhar de qualquer mulher. Admito: não sei o que ele viu em mim. Só sei que nos conhecemos há cerca de cinco anos, engravidei de propósito já no primeiro mês e aos trancos e barrancos, entre idas e vindas, já se passaram cinco anos. Ele passa mais desempregado, do que empregado. E quando trabalho seu dinheiro é praticamente para gastar com seus ‘luxos’. Eu corto um dobrado para passar o mês. E ele? Ele come, dorme e curte a vida, independente se o mundo está caindo lá fora. Eu amo ele, Lidiane! Não sei viver mais sem ele. Faço tudo por ele.

Quero que volte pra casa. Nas inúmeras vezes que ele foi embora usei de vários artimanhas para trazê-lo de volta. Emprestei dinheiro porque andava duro (Na verdade dei porque até hoje não me devolveu), quando saímos para uma festa eu sempre pagava a conta. Uma vez fomos para praia tudo por minha conta, eu tinha acabado de fazer acerto numa firma e recebi uma bolada. Meu marido queria, porque queria ir para praia e, mais uma vez, fez chantagem para eu concordar, caso contrário, prometeu de me largar. Viajamos. Lá na praia, ao invés de me divertir e curtir a viagem, só passei raiva porque paquerava com todas as mulheres bonitas que passavam. Eu parecia a mulher invisível porque ele não me dava a mínima, ainda me ofendia, me chamando de gorda e feia. Os meus dois últimos filhos também vieram para eu segurar meu marido. E por último me enfiei numa dívida para comprar esse carrinho que ele tanto queria para se exibir e paquerar as outras. Fora que quando bebia se tornava agressivo. Uma vez me deu uma garrafada na cabeça que acabei parando no hospital. É Lidi, admito que sou uma burra, que estou cega de amor. Mas, não sei viver sem ele. Nesses cinco anos também tivemos momentos bons, fora que temos três filhos para criar. Eu boto fé que, com o tempo, vai amadurecer e mudar. O que eu faço para ele voltar para mim?” Galega – Bairro Martello

Amiga Galega, me desculpa, mas eu, de forma alguma, não vou incentivar você a voltar com esse rapaz. Querida, que história horrível a sua. Você, nem mulher alguma, não precisam se sujeitar a isso. E esse cara é horrível! Odeio ele sem conhecer. É uma pessoa que deveria ser jogada numa ilha deserta a própria sorte. Não merece viver em sociedade. Na verdade é uma pessoa que não tem porque fazer parte desse mundo, estar nesse mundo. Não sei como nós, mulheres, ainda hoje nos sujeitamos a receber esse tipo de tratamento. Sim, porque meu ex-marido não era muito diferente do seu. Esse tipo de homem leva no bico muita mulher.

Galega, o meu conselho hoje para OUTRAS mulheres não caírem numa furada como essa é:

1º passo – investigar o passado do cara;

2º passo – procurar um rapaz que, no mínimo, tenha o mesmo nível social que o seu;

3º passo – que tenha o mesmo nível de estudo que você;

Não tendo, no mínimo, esse perfil, então, não se envolva. Caso contrário, corre sérios riscos de passar pelo que a Galega está passando e pelo o que eu também já passei. Sei que pode existir exceções. Mas na vida e no amor não temos garantias, é sempre um risco que temos que correr. E se podemos evitar alguns erros, por que não tentar prevê-los?

Amiga Galega, você já parou para analisar quanta economia poderia ter no banco para investir se não tivesse esse ‘mala’ nas suas costas? Se tivesse sozinha tinha ganho muito mais. Hoje te garanto que estaria linda, bem cuidada, poderia ter até tido um avanço na sua carreira e nos estudos. Hoje, ao invés de estar andando a pé ou de ônibus, você poderia estar andando de carro novo. E o melhor de tudo isso, estaria com a auto-estima elevada, independente se estivesse magra ou gorda. Fora a paz de espírito. Não tem dinheiro que pague essa paz interior.

Querida, não sei por que as pessoas têm tanto medo de ficar só, na própria companhia. Eu, como todo mundo também gostaria de ter alguém. Eu também, em alguns momentos, me sinto sozinha. Mas, muitas vezes, é melhor estar só do que mal acompanhada. Muitas vezes é melhor estar só do que ter alguém do lado porque, ou você tem dó dele, ou ele tem dó de você.

Galega, põe na sua cabeça, o legal é ter alguém que está com você por você. E vice versa. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não ligue, não mande mensagem, não corra atrás, não pire o cabeça e não desça do salto.

Amiga, sei que gostar dói. Não existe dor pior do que a dor do amor, mas, é preciso enfrentar e encarar a perda. Nem sempre as coisas saem como a gente quer, mas, é preciso seguir em frente. Seja forte! Você vai ver, ali na frente, que a melhor coisa que aconteceu na sua vida foi o que você, hoje, chama de grande amor ter te deixado. Pense nisso!

Com carinho,
Lidiane Cattani Rabello - jornalista


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com