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Amor & Sexo

Fazendo o dever de casa


“Olá querida Lidiane! Quero primeiramente lhe parabenizar por ser essa mulher linda e maravilhosa que você é. Fala o que pensa sem medo, se expressa muito bem. Você é simplesmente a embaixadora das caçadorenses! Admiro demais seu trabalho e estou sempre acompanhando seus textos. Bom Lidi, assim como muitas, eu também tenho um drama. Escrevo porque nem a minha melhor amiga agüenta mais ouvir eu falar. Sou Alice (fictício), tenho 21 anos, sou morena, olhos claros e estou em um namoro há quase cinco anos. Meu namorado é um bom partido, trabalha direito, é honesto e faz a linha dos certinhos. Não tem aquele papo de homem sem vergonha, sabe, que encanta as mulheres. Ele não tem pegada. Entende, Lidi? Pelo tempo que estamos juntos nossa relação está sem graça. Sabe querida amiga, não tem novidades, sem pegada, sem aquele fogo que tem no começo dos relacionamentos. O problema mesmo é que de um tempo pra cá, conheci um rapaz que freqüenta as mesmas aulas que eu todo dia. Corpo malhado, olhos lindos, tudo nele, infelizmente, me encanta. Nós trocamos muitos olhares. Lidi, mas nunca teve absolutamente nada.

Certo dia, eu encontrei ele nas redes sociais, resolvi criar um perfil falso e conversar. Dito e feito. Criei o fake, conversei com ele. Conforme se passavam os dias ele foi se afeiçoando naquela pessoa que eu parecia ser, e eu nele, porque também tive a oportunidade de conhecer a pessoa boa que ele se apresentava ser. Ele já estava bem apegado e cada vez ficava mais difícil, pois ele marcava um encontro e eu tinha que inventar alguma desculpa porque eu não poderia, de jeito nenhum, aparecer, tão pouco contar a verdade. E os dias foram passando. Lidi, cada dia a conversa era melhor. Ele me contou de sua vida pessoal e quando queria saber de "mim" eu simplesmente tinha que inventar mentiras e mais mentiras para sustentar a conversa. Sustentar um perfil, uma pessoa que não existia para poder continuar ali, conversando com ele. Cada dia eu me sentia pior, pelo fato de estar enganando uma pessoa legal, boa. Eu freqüentava as aulas sem ao menos olhar na cara dele, pois a timidez e o medo tomaram conta de mim.

Até que um dia, Lidi, de tanto peso na consciência, em meio a umas mensagens de textos, em que ele queria me ver eu disse pra ele que aquela pessoa não existia, que era um perfil falso, que eu usei pra me aproximar dele. Ele ficou decepcionado, muito decepcionado. Insistiu muito que eu contasse quem eu era de verdade, mas eu resisti muito e não contei. Ele ficou bravo. Minha melhor amiga me aconselhou de não contar quem eu era, ficamos vários dias sem se falar mais, vários dias mesmo. Foi passando o tempo e eu já tinha esquecido da ideia de querer falar quem eu era. Eu continuei o encontrando nas aulas, mas, eu me continha e fazia de conta que ele era só um colega de sala. Mais um tempo passou e sem esperar, numa noite surge uma mensagem no meu celular, era ele dizendo oi. Eu respondi e começamos a conversar de novo, só que ali ele já sabia que eu era alguém interessada nele. Aos poucos ele ia perguntando sobre mim e eu já sabia tudo sobre ele.
Ai Lidi, ele é bem humorado, charmoso e carinhoso. Tudo nele me atrai. E nisso foi dias e mais dias e novamente eu cada vez mais me sentindo pior por não contar a verdade anteriormente. Eu só queria ganhar tempo e coragem para contar quem eu era. Eu sabia que ele ia me odiar muito se eu falasse. Eu andava muito deprê por esse motivo. E numa sexta-feira, eu estava sozinha escutando aquela música Mirrors, do Justin Timberlake. Me deu uma vontade de chorar, um ódio, amiga, que tomava conta de mim. Ele mandando mensagens dizendo que eu era muito querida e essas coisas que ele gostava de falar comigo, como por exemplo, que se sentia bem e que precisava muito saber quem eu era. De fato era um direito dele, peguei e contei! Não sei ainda se foi a coisa mais corajosa ou tola que fiz na minha vida. Ele ficou decepcionado.

Depois daquele dia, ele não falou mais comigo. Me olha bastante, mas nunca mais me mandou mensagem, não se pronunciou nem positiva ou negativamente. Foi um fracasso total! Ele não esperava que fosse eu. Eu fiquei vários dias sem aparecer na aula, perdi meu emprego em que estava há poucos meses e não me concentrava em nenhum momento. Pensando demais nele. Quando estou com meu namorado penso nele. Isso já tem dois meses desde que aconteceu, mas eu ainda espero encontrar alguma mensagem dele. É complicado para mim esquecer ele, eu estava e estou ainda, atraída demais. Na aula, olhamos um para o outro, mas nunca conversamos nada. Eu não tenho coragem, mas eu gostaria demais de lhe pedir desculpas. Ele está muito forte no meu pensamento. Noventa por cento do meu dia eu penso coisas, situações e fantasio ele no meu dia a dia. Eu esqueci meu namorado. Eu namoro, mas sempre com aquele vazio no coração. Não sei como isso pode acontecer. Lidi, quem está fora enxerga realmente as coisas. O que você pode me dizer? Um abraço.” Aline, Bello

Ai ai ai, querida Aline. Em momento algum você está preocupada com os sentimentos do seu namorado, que é quem realmente deveria ter importância.

Mas amiga, eu no seu lugar, primeiramente, no pé que está seu amor, melhor, sua falta de amor pelo seu namorado, colocaria um ponto final no relacionamento. Não é justo e digno o que você está fazendo com ele. Acho que não gostaria que ele fizesse o mesmo com você.

Aline, se não existe mais amor, mais atração, mais tesão, mais vontade nenhuma de estar na companhia do seu namorado, então, chega para ele e encerra o compromisso. Assim você dá a oportunidade dele encontrar alguém que realmente o ame e o faça feliz, porque infelizmente minha amiga, é duro falar, mas você também não deve ser uma boa namorada e também não está FAZENDO O DEVER DE CASA.

Sabe Aline, todas as relações são compostas de duas pessoas e ambas devem se doar, fazer a sua parte, caso contrário, o relacionamento desmorona mesmo. Não há tesão que duro, quando o fogo da paixão não é alimentado todos os dias. Se ele está frio na cama, é porque você também está sendo fria. Se ele não tem pegada é porque você também não tem mais pegada. Pare e pense: o que está dando nessa relação? Pelo visto NADA. Somente está de corpo presente. Desculpa amiga, é só enterrar. A relação de vocês morreu. E não por culpa do seu namorado, mas, de vocês dois.

Amiga, só não deixe seu próximo relacionamento entrar no mesmo rumo, porque é isso que vai acontecer. A não ser que você queira apenas viver relacionamentos curtos, ESSES, o fogo da paixão costuma ser intenso, como você falou. Lembra? No começo da relação é tudo muito quente, muito intenso. MAS amiga, se você, ali na frente, pretende ter um relacionamento duradouro. Digo, aqueles que duram 10, 20, 50 anos vai ter que aprender a deixar a chama da paixão acessa, caso contrário, vai ter que estar sempre em busca de recomeços, novas paixões, que é o que está fazendo com esse “bonitão de corpo malhado”. Entendeu, Aline?

Amiga, com o tempo você vai entender que são nas relações duradouros que existe o verdadeiro amor. E somente quando você encontrar um grande e verdadeiro amor vai fazer planos de ficar com essa pessoa o resto de sua vida, mesmo que o sexo não seja mais tão ‘caliente’ como no início da relação. Nesse momento você vai perceber que uma relação é composta de muito mais do que sexo, do que corpo malhado, entre outras ‘qualidades’ que temos enquanto somos jovenzinhos.

 Mas Aline, quanto ao bonitão de corpo atlético, acho que ele tem caráter, porque outro no lugar dele, sabendo o quanto você está apaixonada, já tinha se aproveitado da ocasião, te levado para a cama e depois cortado qualquer tipo de contato contigo.

Amiga, segue meu conselho, termina com seu namorado e conta isso para o bonitão, quem sabe depois que você estiver sem compromisso, ele resolva se envolver definitivamente com você. Quem sabe, ele ficou decepcionado por saber que você tem namorado. Talvez pense que você possa fazer o mesmo que está fazendo com o seu namorado, com ele, no futuro. Pense nisso!

Com carinho,
Lidiane Cattani Rabello - jornalista
 


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com