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Amor & Sexo

O que é seu está guardado


“Olá Lidiane. Tudo bem? Me chamo Carla (nome fictício) e tenho 19 anos. Sempre leio sua coluna. Acho o máximo e me identifico muito com as histórias, por isso decidi escrever. Lidi, porque está tão difícil achar um homem que queira um relacionamento sério? Ou será que sou eu a problemática? Hahaha. Bom, no início desse ano, trabalhei em um encontro, onde conheci um rapaz. Na hora não dei muito valor, afinal ele não tinha chamado minha atenção. Mas, quando cheguei em casa, tinha um convite dele no facebook, aceitei e foi aí que começamos a conversar e, logo depois, ficar. Saíamos umas três vezes por semana. Fomos ao cinema, jantamos juntos, ficamos na faculdade e ele vinha lá em casa, quando eu não tinha aula, mas, tudo sem compromisso. A coisa foi ficando mais séria, eu estava me apegando cada vez mais. De repente ele parou de responder minhas mensagens, não conversava comigo pelo face, eu tentava ligar e ele não me atendia, simplesmente me ignorou do dia para noite.

Nossa, não sabia o que fazer, pedia para o irmão dele o que havia acontecido e ele não sabia me responder. Um certo dia ele apareceu aqui em casa às 11h30 da noite querendo conversar. Fiquei muito brava, mas ainda acreditava em nós, até o momento em que ele falou que não queria nada sério, não queria compromisso com ninguém e seria melhor parar por ali, antes que ele se apegasse em mim. Mas e eu não conta? Eu estava super afim dele e por isso meu mundo desabou. Fiquei muito mal, mal mesmo! Pois foi o único menino que realmente eu gostei e o qual acreditava que ia dar certo. E tudo piorou quando, depois de um mês, ele começou namorar com outra menina. Vê se pode uma coisa dessas! Minha vontade era de quebrar a cara dele. Mas com a ajuda dos meus amigos (eles sim posso chamar de amigos) eu consegui melhorar, e hoje estou muito bem longe dele. Sempre que penso nele, logo ligo para os meus amigos e vamos para algum lugar, assim logo esqueço e volto a ser feliz de novo. Mas há momentos em que você sente necessidade de alguém do seu lado, daí eu fico pensando: será que um dia eu vou encontrar alguém que goste de mim e eu dele de verdade? Onde está esse alguém que não aparece? Será que vou ficar sozinha para sempre? Lidi, preciso de um conselho seu. Beijos.” Carla – Berger

Oi querida Carla. Pois bem, você sabe que poderia ser minha filha. Não é mesmo? Fico imaginando se tivesse uma filha, como seria difícil vê-la sofrer por amor e saber que não existe um remédio para curar essa dor. Melhor! Existe sim, o tempo. Só dando tempo ao tempo para a vida voltar a entrar nos eixos. Mas, em quanto essa dor não passa, o melhor a fazer é se apoiar as pessoas que amamos (pais, amigos, irmãos) ou, por incrível que pareça, nestes momentos de dor e sofrimento, devíamos ter coragem de ficar sozinha, com nós mesmas. Mas, como as pessoas têm dificuldade de ficar só, na sua própria companhia!

Sabe Carla, eu até dou aqui os meus ‘pitacos’, mas não a nada que eu ou qualquer outra pessoa fale que vá ajudar você a resolver o seu problema, porque nós (EU – VOCÊ) somos os únicos responsáveis por nossos sentimentos, somos nós que decidimos quando devemos virar a página e recomeçar de novo. Porque a vida é assim mesmo, cheia de recomeços. E como o amor é responsável por esses recomeços! Pode fazer um raio X da vida amorosa das pessoas que conhece, todas, sem exceção, deram uma guinada na vida toda vez que encontraram um novo amor.

É Carlinha, tão novinha e tendo que começar a encarar as desilusões amorosas. Amiga, vai se preparando porque, de agora em diante, nem tudo será um mar de rosas.

Às vezes, temos sorte e encontrar um amor para a vida, mas conheço casos de pessoas que passam a vida entrando e saindo de relações na ânsia de encontrar um grande e verdadeiro amor. Sabe amiga, se isso serve de consolo, vou te dizer que independente da idade a dor do amor, a dor da perda tem sempre a mesma intensidade. Com o tempo você vai perceber que somos fortes o bastante para enfrentá-la.

Fácil? Não é nem para mim, nem para você, nem para ninguém. Infelizmente não fomos ensinados a controlar os sentimentos. Quando nos deparamos com uma perda temos muita dificuldade em superá-la. Daqui a pouco vai surgir um novo amor com quem vai ficar pouco ou muito tempo. Garantia de duração? Isso só o tempo vai dizer.

Para o amor não existe fórmula. Temos apenas que viver um dia de cada vez. Se fosse assim compraríamos um amor no balcão de uma farmácia, mas não. Cada pessoa vai viver as suas próprias experiências, seus acertos e seus erros.

Carla, todos vivemos uma busca incessante atrás do amor. Mas, às vezes, devemos deixar que o universo conspire a nosso favor. Temos que deixar a vida seguir seu rumo. No momento certo o seu grande e verdadeiro amor surgirá. Amiga, o que seu está guardado. Quando parar de procurar, alguém irá te encontrar. É assim mesmo, quando eu parei de procurar, fui encontrada. (srsrsr) E hoje vivo com alguém que eu amo e que ele também me ama de verdade. Ah! Só mais um detalhe: Outro dia o Padre Fábio de Mello falou a seguinte frase, não sei se é dele, mas achei bem pertinente repetir para você: “Deus não está aqui para me dar o que desejo. Deus está aqui para me dar o que eu preciso!" Pense nisso!

Com carinho,

Lidiane Cattani Rabello – jornalista


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com