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Amor & Sexo

Trai meu marido


“Olá Lidiane. Poxa, por onde você anda?! Estou sentindo muita falta de suas histórias no jornal e no site. Todo final de semana abro ansiosa o jornal e corro para suas páginas conferir a história do dia e acabo me frustrando porque não tem nenhuma linha de amor&sexo. Vou para o caçador.net para ver se, pelo menos, lá você postou algo novo e, mais uma vez, nada. Lidiane, cadê você? A-DO-RO seu trabalho! Sou sua maior fã. Adorei te conhecer pessoalmente dia desses. Já te admirava antes, depois de ver o quanto é humilde, simples e simpática, passei a te admirar muito mais. Bom, agora chega de rasgação de seda e vamos ao que me levou a escrever para você. Amiga, sou uma mulher um pouco mais nova que você, me considero uma mulher interessante, tenha minha carreira já consolidada, tenho meu carro, minha casa e um casamento que não anda muito bem das pernas.

Sabe Lidiane, estou casada desde bem novinha, foi com meu marido que perdi a virgindade. Tive meu filho muito cedo. Hoje ele já é um jovenzinho que está tendo suas primeiras experiências amorosas. Lidi, meu marido, quando jovem, foi muito cobiçado pelas mulheres. Eu sofria muito por causa desse assédio, mas, conseguimos passar por tudo isso sem desgastar a relação. Por muitos anos fui muito apaixonada por ele, só tinha olhos para meu marido. Vivemos longos anos como dois eternos namorados. Sempre fomos muito carinhos um com o outro. Nunca existiu rotina na cama. Esse amor e desejo era mútuo. Meu marido é bem tranqüilo, super presente como marido e como pai, não tenho nenhuma queixa dele. Acho que dificilmente saiu ou sai com outras mulheres. Se não está trabalhando, está em casa. Ele preza muito pela família. Meu marido, além de “potente”, tem muito apetite sexual. Não diminuiu em nada esse desejo. Ele se esforça muito para eu ter prazer, chegar ao orgasmo. Mas agora, depois de quase 22 anos casados estou sentindo falta daquela paixão, daquele fogo do início da relação. Apesar de me desejar, de fazer tudo por mim, muitas vezes, torço para que goze rápido, nem faço questão que me dê prazer. Até preferia me ´tocar´, que é muito mais rápido, do que esperar para chegar ao orgasmo com ele. Eu achava que não gostava mais de sexo.

Mas há cerca de um ano comecei a olhar para os lados e comecei a enxergar homens interessantes, que antes não enxergava. Percebi que eu continuava gostando de sexo sim, só não mais com meu marido. Lidi, há cerca de um ano e meio acabei me relacionando com um homem que eu sempre cruzava no caminho de casa. Um dia acabamos nos encontrando na padaria e discretamente ele pediu meu telefone. Ele passou a me ligar e não demorou muito para os hormônios começarem a florescer. Ele revelou que também era casado e que precisa de discrição. Resultado: Fato consumado - TRAI MEU MARIDO.

Saímos pela primeira vez, segunda, terceira e por aí vai. Nossos encontros aconteciam, pelo menos, uma a duas vezes na semana, sempre durante a tarde. Nossos trabalhos permitiam essa liberdade para sair e ficar o tempo que precisasse fora. Foi uma paixão avassaladora durante três meses, depois o fogo foi baixando e juntos decidimos parar de se encontrar. Lidi, não sei se porque eu comecei a `viver´ novamente, que passei a me sentir mais bonita e gostosa. Hoje atraio muito mais os olhares masculinos. Por isso, não demorou muito peguei o gosto novamente pelo sexo e sentia a necessidade de transar com todos os homens que me paquerassem. Passei a ter um fogo incontrolável, por todos, menos pelo meu marido. Por mais que ele tivesse um apetite louco por sexo e desce conta do recado, eu não sentia tesão por ele. Depois do primeiro, vieram outros homens, teve um período que eu saia com três homens lindos e gostosos, que viviam dando em cima de mim. Claro, saia com cada um em dias diferentes. Meu marido nunca desconfiou das minhas traições, porque sou bem discreta e procuro não deixar rastro. Lidi, meu marido é um querido! Até gostaria que procurasse uma outra mulher para ver se fica mais esperto. Acho ele muito certinho, Lidi. Mas amiga, vou te confessar, eu não penso em me separar do meu marido, mas também não penso em parar de dar minhas `puladinhas de cerca´. Elas me fazem tão bem! Você acha que sou muito egoísta, Lidiane?” Eliane (nome fictício) – bairro Gioppo

Oi Eliane. Primeiramente quero justificar porque não tenho publicado as histórias de Amor&Sexo. Então amiga, como você notou há quase um ano a revista IDEIA reduziu de 16 páginas para 12. E, agora, tem uns dois, três meses que, mais uma vez, o jornal reduziu o número de páginas da revista de 12 para 8 páginas. (Ficou finíssima!) Infelizmente, tive que enxugar um monte a revista, por isso muitas editoriais bacanas precisaram ser cortadas. Ultimamente devido a grande quantidade de informações que recebe para publicar na revista, acaba tendo que fazer cortes e priorizando algumas notícias, o que acaba fazendo com que eu `sacrifique´ a página de Amor&Sexo. Acredite, uma das mais lidas pelos meus leitores! E não só você, mas muita gente tem achado falta da coluna. É amiga, ando em falta com meus leitores. Poderia publicar no site essas histórias, mas a prioridade era do jornal, por isso não publicava nem lá. Mas agora que estou vendo que não consigo publicar na Folha, então a partir dessa semana vou dar preferência para o site, daí, se sobrar espaço, publico também no jornal. Agora, amiga está aí, ninguém mais fica sem Amor&Sexo! (srsrs)

Bom, vamos a sua história de hoje, amiga. Que fogo é esse, Eliane?! Nem o Bullet (estimular clitorial), que é `batata´, daria conta do seu fogo. (srsrs) Quando escuto histórias como a sua, acabo reforçando o meu pensamento de que toda mulher, todo o homem precisa namorar muito quando jovenzinho. Quando somos jovens os hormônios estão à flor da pele. É só encostar `naquilo´ que pega fogo. Por isso, desde que com responsabilidade, os jovens devem beijar muito e transar mesmo. Devem ter mais de uma experiência, SIM! Não estou dizendo para as meninas que devem sair por aí dando mais que chuchu na serra. As mulheres, principalmente, devem ser mais ponderadas para não cair na boca do povo. Porque mulher que varia muito de homem é rotulada de `mulher fácil´, infelizmente. Por isso meninas, é muito importante cuidar da imagem. Entenderam?

Falo isso, que a mulher precisa conhecer mais de um homem, porque conheço muitas meninas-moças, como você Eliane, que casaram com o primeiro homem e quando estavam na fase de sossegar o facho e constituir uma família, acabaram querendo começar a curtir o que não curtiram quando jovenzinhas. Conheço não uma, mas muitas mulheres que tiveram esse comportamento.

E Eliane, atitude, comportamento como o seu e o dessas tantas mulheres, não são vistas com bons olhos. Eu, como já falei, no meu ponto de vista, as fases são bem distintas e cada uma deve ser vivida há seu tempo. Acho que o bom senso é o melhor amigo nessa hora. É o mesmo que uma senhora de 70 anos querer usar minissaia. Por mais que tenha pernas lindas. Não combina!

Mas Eliane, voltando a sua história, particularmente, eu não concordo com seu comportamento. No meu ponto de vista, de cara acho que deveria se separar. Se você não está mais na mesma sintonia que seu marido, se não tem mais tesão por ele, se não o deseja mais, acredito que a separação deveria ser a melhor solução. Quando decidimos viver com uma pessoa acredito que deve existir respeito e fidelidade. Esse é o princípio do casamento, da união entre duas pessoas. Caso não esteja a fim de seguir essas regras, então, o melhor e ficar solteira e curtir a vida da maneira que dizer.

Amiga, quando envolve os sentimentos de uma terceira pessoa, acho que devemos ter cuidado para não machucá-la. Sou do pressuposto de que o que eu não quero para mim não faço para o outro. Tenho absoluta certeza que se fosse você no lugar do seu marido, não iria admitir e aceitar essa traição, essa falta de respeita e consideração. Eu lhe pergunto: como anda sua consciência? Não sei como consegue dormir ao lado do seu marido tranquilamente.

Eliane, quando não existe amor ou não existe mais amor, acho que devemos deixar a pessoa livre para buscar a felicidade. Você está sendo muito egoísta, SIM! Não podemos ter tudo de uma vez só. Amiga, acho que deve colocar a mão na sua consciência e sair fora o quanto antes dessa relação. Não acho justo o que está fazendo com seu marido.

Amiga, não me entenda mal, não estou te atirando pedras. Quem sou eu para te julgar?! Eu também já tive comportamento torto. Eu confesso: já me relacionei com homem proibido, eu TAMBÉM já trai, já cobicei homem alheio. Mas isso quando era uma jovenzinha imatura. Quando somos jovens, nos preocupamos somente com o nosso bel prazer. Não medimos as conseqüências, simplesmente nos jogamos de cabeça. Mas, sabe que eu não me arrependo do que vivi, do que fiz, dos erros que cometi. Não sei, mas não me sinto com a consciência pesada. Só afirmo que se fosse hoje não faria mais. Sabe Eliane, o bom de tudo isso é que, com o passar dos anos, amadurecemos e começamos a ter outros valores, princípios. E esse crescimento é conquistado a cada fase da vida. Por isso Eliane não devemos atropelar essas fases como você fez. Viva tudo que tem que viver a seu tempo.

É amiga, lá na frente você vai me dizer: “Lidiane, eu deveria ter te escutado. Amiga, como é difícil encontrar um homem que nos leve a sério!” Eliane, homens como o seu marido é um achado. Homens como o seu é como achar uma agulha no palheiro. Escute o que eu digo: quando a mulher ou o homem está disponível ninguém quer. Bastou ter compromisso sério com alguém que cresce o olho de todo mundo. Pode notar o que estou dizendo. E no seu caso não é diferente. Os homens adoram sair com você só porque é comprometida, só para sair se gabando que conseguiram colocar chifre na testa do seu marido. Esse é o maior prazer do homem, não é nem o sexo com você. Tola a mulher que achar que qualquer homem desses vai levá-la a sério. Amiga, faça um teste. Separe do seu marido só para ver quantos candidatos a marido você encontra.

Eliane, Eliane, a resposta para seu comportamento torto é porque não ama mais seu marido. Amiga, a partir do momento que se ama de verdade, jamais sentimos necessidade e vontade de se relacionar com outra pessoa. Tenho absoluta certeza que quando você encontrar um novo e verdadeiro amor vai sossegar o facho e passará a respeitar essa pessoa. Lembra de quando amava seu marido? Pois bem, você não tinha olhos para outros homens. Não é mesmo? Então menina, vá atrás da sua felicidade. E também deixa o seu marido ser feliz. Quando não existe mais amor de uma das partes não dá para insistir em ficar só por ficar. Chega de hipocrisia! Chega se viver de aparência! Chega de viver pela metade! Chega de viver de mentira e falsidade! Separação não é um bicho de sete cabeças, vocês podem se separar amigavelmente, sem danos emocionais e seus traumas para seu filho. E melhor, vocês podem continuar sendo bons amigos. Já imaginou que lindo, daqui a pouco, seu filho, seu marido descobriu que a mãe, a mulher não é a pessoa que se vende ser?! Amiga, depois que se perde a confiança, dificilmente vai conseguir resgatá-la.

Mas Eliane, se quiser continuar vivendo essa vida de `pegação´, vá viver, mas, esteja sozinha e que ninguém saiba, porque mulher pegadora não é um bom exemplo a ser seguido. Amiga, tenho certeza que lá na frente vai ver que sexo é bom quando fazemos com quem amamos de verdade. E o transar todo dia com a mesma pessoa, ao contrário do que muita gente pensa, É UMA DELÍCIA. A cada dia o sexo fica melhor, porque cada um passa a conhecer a forma como a outra pessoa sente prazer. E você vai concordar comigo, porque o que mais queremos é dar e receber prazer da pessoa amada. Não é mesmo? Pense nisso!

Com carinho,

Lidiane Cattani Rabello - jornalista

 


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com