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Termômetro do Varejo

Cinco deveres de casa que precisamos fazer


Até o ano passado tivemos quase duas décadas de uma ilusória bonança no Brasil. E como resultado hoje temos desequilíbrio dos principais indicadores macroeconômicos: inflação crescendo muito mais do que o desejado, economia praticamente estagnada e taxa de câmbio muito instável.

Este cenário impacta dois importantes personagens econômicos: os investidores, cada vez com menos confiantes no nosso país e mais freio de mão puxado, e os consumidores, com “poder de compra” diminuído, selecionando melhor seus gastos para não viver na inadimplência. Com investidores aplicando menos e consumidores adquirindo menos, a crise se estende e não será superada em curto prazo.

Por essa razão, que prefiro dizer que estamos atravessando um novo ciclo. A crise levará ao menos todo este ano de 2016 e grande parte de 2017. Nossa economia está passando por um macro ajuste para sanar as sequelas de uma série de decisões erradas tomadas anteriormente. O “remédio” que curará nosso país é amargo e cada brasileiro tem que fazer sua parte nesse “tratamento”.

Então, seja você dono de uma empresa, funcionário contratado ou trabalhe por “conta própria”, vale a pena focar em cinco atitudes capazes de definir seu sucesso ou fracasso neste novo ciclo desafiador:

1 – Esteja mais próximo do que nunca dos seus clientes – Esta não é a hora de cortar verba de publicidade e se afastar da mente dos clientes. É o momento de se mostrar, investir em campanhas de marketing e de adequar produtos/serviços às necessidades que o mercado exige. É necessário evitar ao máximo reduzir as equipes de vendas.

2 – Desenvolva pessoas – Um erro muito comum em tempos de crises é diminuir a verba de treinamento. Este sim é um belo tiro no pé. Capacite as pessoas que trabalham na sua empresa ou equipe, ofereça um verdadeiro significado para que todos atuem de forma mais propositiva e comprometa-os com os desafios da empresa. Se elas não estiverem satisfeitas, não sairemos do lugar.

3 – Faça uma redução inteligente de custos e busque mais eficiência operacional – Dê especial atenção à estrutura de custos da empresa. O custo da improdutividade, da perda de tempo, das reuniões desnecessárias, das visitas improdutivas, da falta de agilidade, da duplicidade de tarefas e da falta de foco é muito mais alto do que se imagina. Num momento em que os custos do nosso país estão elevadíssimos, temos que fazer mais por menos e não apenas cortar pessoas.

4 – Reinvente produtos e serviços – Já que não podemos aumentar os preços do que ofertamos na mesma proporção que crescem os custos da nossa economia, a alternativa é inovar para que a margem de lucro não diminua. Ouça o que o cliente tem a dizer, pratique a cocriação e agregue novos valores ao que a empresa oferece. Inove processos e sistemas em áreas como, por exemplo, estoque e compras.

5 – Fluxo de caixa. Mais importante que faturamento ou rentabilidade, é o momento de manter o fluxo de caixa no “azul”. Evite estoques desnecessários, compras postergáveis. Mais importante que faturamento ou rentabilidade é garantir o fluxo de caixa positivo e isso exige “mão de ferro”.

O caminho para superarmos este novo ciclo não é optarmos pelo muro das lamentações ou procurarmos bodes expiatórios. Temos que entender a realidade que nos envolve, superar os ajustes inevitáveis e manter nossas empresas acessas.

É o momento de assumirmos as rédeas do nosso destino e seguirmos em frente com foco, determinação e perseverança. E acredite: vamos sair dessa! É só uma questão de tempo.

Fonte: Portal Administradores


Leila Longo Romão

Graduada em Administração, com pós-graduação em Marketing e Vendas. Empresária do ramo de confecções, na área industrial e lojista. Foi presidente da CDL Caçador durante cinco o anos e Diretora Distrital da FCDL/SC. A coluna Termômetro do Varejo traz análises de pesquisas do setor, além de orientação para os empresários lojistas, comerciantes e comerciários em geral.

leilaromao@conection.com.br