O governador Raimundo Colombo e o secretário de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker, inauguraram nesta sexta-feira, 22, a restauração da SC-350, que integra a nova travessia urbana de Caçador, no Meio Oeste. A obra, que faz parte do Pacto por Santa Catarina, recebeu investimentos de R$ 30 milhões. Foram revitalizados 6,6 quilômetros de rodovia e construídos dois elevados.
“Caçador e região têm um potencial econômico e agrícola importante, por isso, é fundamental investir em infraestrutura. É um planejamento urbano de qualidade com obras estruturais significativas, que agora já oferecem uma melhoria na qualidade de vida. É o nosso reconhecimento a esse povo trabalhador. Para nós, é um momento de alegria. Só para se ter ideia da importância desta obra, passam pela rodovia cerca de 20 mil carros, geralmente com destinos ao Litoral e Oeste catarinenses”, disse o governador.
O restauração da SC-350 vai garantir mais segurança e favorecer a mobilidade para os que trafegam e para população de Caçador, que tem sua economia baseada na indústria madeireira, plástico e metal-mecânico e no setor agrícola, responsável por 34% da arrecadação do município. Um dos pontos fortes está na produção de hortifrutigranjeiros, com destaque para o tomate, pimentão e physallis.
O secretário da Infraestrutura, João Carlos Ecker, explicou que o trecho liga duas importantes rodovias federais a BR-153 e a 116. “Tínhamos que fazer essa modernização para continuarmos garantindo o desenvolvimento, conforto e a segurança das pessoas. Temos mais de dois mil quilômetros de obras em estradas do nosso Estado. Estamos realizando melhorias e implantando novos trechos em todas as regiões de Santa Catarina. São R$ 3,7 bilhões em investimentos”, afirmou.
A travessia compreende 6,6 quilômetros das avenidas Engenheiro Lourenço Faoro e Honorino Moro. Foram construídos dois elevados, marginais para acesso às vias adjacentes e passeios. Ainda foi duplicada a rodovia e instalada nova iluminação, entre outras melhorias.
Mudança na vida das pessoas de Caçador
O presidente da empresa Tedesco, Julio Tedesco, salientou que o trânsito é muito intenso na rodovia. “A nossa empresa tem um movimento grande de caminhões pesados e, como a SC-350 é próxima, ficava muito complicado. Essa obra veio solucionar os problemas que tínhamos de tráfego, melhorando o fluxo. É uma rodovia muito importante para Caçador, para nossa indústria e para toda a região. Estamos honrados também, pois o elevado leva o nome do nosso avô Primo Tedesco”. A indústria Tedesco fabrica celulose, sacos de cimento e papel e emprega 800 funcionários diretos e quatro mil indiretos.
“Caçador está igual a uma cidade grande. No começo, estranhamos as obras que estavam sendo executadas , mas agora vemos que está excelente. Nosso município começa a se preparar para o futuro que merece. Nosso povo é bom, e isso é um reconhecimento. O nome do elevado leva o nome do meu pai, Oswaldo Olsen, o que é uma grande homenagem”, relatou a empresária Oneide Olsen.
Para o morador Rodrigo Colussi, as melhorias na rodovia diminuíram o número de acidentes. “Não havia barreiras entre as pistas e muitos veículos atravessavam e causavam causavam problemas e riscos. Hoje a realidade é outra. Houve melhora na mobilidade e na autoestima do povo de Caçador. É uma obra que deve ficar na história do município”, diz Colussi.
O nome dos elevados
Primo Tedesco
A empresa Primo Tedesco S.A. começou a ser formada na década de 30, quando Primo Tedesco instalou, em Caçador, uma pioneira fábrica de pasta mecânica, movida por uma pequena turbina instalada no Rio do Peixe. Em 1939, foi constituída a empresa de nome Primo Tedesco, que se tornaria uma grande organização fabricante de papel e embalagens. Desde que chegou a Caçador, Primo Tedesco vislumbrou a necessidade de preservar as reservas florestais da região para suprimento de matéria-prima. A partir da década de 50, enquanto as matas eram derrubadas, ele plantava pinheiros, tornando-se o primeiro reflorestador da região. Pelo feito inovador, Primo Tedesco recebeu o título de Comendador da Ordem da Árvore. Seu trabalho permitiu a integração das atividades das empresas lideradas pela fabricação de papel.
Oswaldo Olsen
De descendência norueguesa, natural de Três Barras (SC), Oswaldo Olsen nasceu em 1918. Desde criança, evidenciava vocação para mecânica, tanto que aos 10 anos já fabricava carrinhos de rodas, com molas e eixos de ferro para venda. Durante a 2ª Guerra Mundial, por circunstâncias oriundas do conflito, houve a escassez de gasolina e outros derivados de petróleo. Assim, Oswaldo desenvolveu, em 1939, o primeiro aparelho gerador de gás pobre, denominado gasogênio. Terminada a 2ª Guerra em 1945, normaliza-se a distribuição de gasolina e cessa a necessidade do gasogênio.
Assim, Olswaldo passa a avaliar as necessidades da indústria extrativa de madeira, a indústria foco da região, passando a dedicar-se à fabricação de guinchos, adaptando-os em caminhões. Em 1958, amplia suas atividades e projeta o Trator de Esteiras desenvolvendo-o pelo período de quatro anos. Em 1962, funda a Cia Olsen de Tratores Agro Industrial destinada a fabricação do trator de esteira. Oswaldo morreu em 1992. Até esta data, ele presidiu a empresa fabricando equipamentos destinados ao mercado de colheita florestal. Hoje, o seu legado, com mais de 50 anos, continua sendo dirigido pelos filhos Oneide Olsen e Oldemar Olsen.
