O meia Gabriel Jung foi convocado pela primeira vez para a seleção masculina de handebol após os Jogos do Rio. Aos 19 anos, ele é um dos atletas que estão sendo observados pelo técnico Washington Nunes na renovação da equipe visando ao Mundial no próximo ano, na França, e aos Jogos de Tóquio, no Japão, em 2020.
"Tenho muita vontade de chegar lá. É um sonho para qualquer um. Sei que ainda tem muito chão, então tenho de treinar bastante, aprender e ganhar experiência", afirma o rapaz, que atua no Barcelona B, da Espanha, time em que está há um ano e meio e já se sente completamente adaptado à realidade da Europa.
Gabriel é de Caçador, em Santa Catarina, e começou a jogar por acaso. Como era grande para sua idade, e canhoto, foi logo chamado para uma equipe. "Na época tinha 12 anos e acho que tinha o perfil que o técnico precisava. Aí com 15 anos fui para São Paulo, para jogar no Pinheiros", explica o jogador.
Como era muito novo, sua família ficou um pouco apreensiva com essas mudanças. No entanto, recebeu o apoio de todos e não demorou para se transferir para o Barcelona B. “É uma equipe que disputa uma liga inferior. Tem atletas da base, mas também jogadores de 30 anos. É um jogo mais tático e muito estudado”, conta.
Ele mora com um atleta grego e outro espanhol. Vem aprendendo bastante e sabe que está sendo uma grande experiência, ainda mais por estar em um clube grande da Espanha. "Nosso ginásio fica perto do estacionamento dos jogadores do futebol. Às vezes vemos eles passando de carro, mas não temos contato com eles", diz.
Com 1,96 m de altura, o garoto é uma aposta do técnico Washington Nunes, que assumiu a seleção masculina após a Olimpíada e vem monitorando os 50 atletas brasileiros que atuam no exterior. "O Gabriel tem um potencial muito grande, é um menino com um talento especial, assim como o Panda e o Cauê. Todos eles são atletas com uma grande capacidade de jogo e que podem brilhar em 2020", comenta.
Para Gabriel, a intenção é continuar atuando na Europa, de preferência em uma equipe de ponta. "Eu penso em ir para uma liga mais forte na próxima temporada e vou estudar as possibilidades. Sei que preciso aprender mais e quero ir para o Mundial em janeiro, estou brigando para isso. E de olho nos Jogos de Tóquio, com certeza", diz o jogador.