Uma mudança na trajetória da vida de Jackson de Ávila Ribeiro, 24 anos, pode ter evitado uma tragédia: seu nome poderia estar na lista das vítimas da queda do avião da Chapecoense, clube que jogou por dois anos. Hoje policial militar do 15º Batalhão em Caçador, carreira que seguiu após deixar o time, ele lamenta a fatalidade e chora a perda de amigos que conviveu na época.
Jackson jogou pelo time em 2010 e 2011, desde o catarinense de base até, por último, pelo time profissional. Durante esse tempo conheceu muitas pessoas que perderam a vida no acidente, como o Cadu Gaúcho (diretor), Anderson Paixão (preparador físico), Sandro Pallaoro (presidente do clube) e o Chinho (supervisor).
"Conheci vários deles, mas tinha mais intimidade com o Cadu, que era quem eu tratava os contratos. Eu dividi o beliche com muitos deles, e aprendi muito com todos. Quando soube desse fato eu não acreditei, até agora estou sem palavras para descrever esta tragédia. É um momento muito triste para o Brasil e para um clube que desde 2009 só cresceu", lamenta.
Com uma camiseta da Chapecoense que usava durante as viagens do clube, Jackson lembra de uma decisão importante na sua vida. A cor verde do time deu lugar ao cáqui e marrom da Polícia Militar de Santa Catarina. O sonho de ser jogador profissional encerrou e iniciou outro igualmente importante na sua vida, o de ser policial.
"Depois de sair do time eu busquei estudar. Sempre digo que realizei dois sonhos até agora, um pela metade que foi ser jogador e outro que estou vivendo agora. Sempre me perguntava por que não deu certo ser jogador, mas hoje penso que poderia estar junto naquele avião", disse.