O júri popular realizado nesta terça-feira, 17, condenou o réu José Carlos Gonçalves de Oliveira a 22 anos e três meses de reclusão pela morte da professora Vanderléia Aparecida Birnfeld, crime ocorrido em 2016. O réu, que já estava preso desde a época, cumprirá a pena em regime inicialmente fechado.
Todos os delitos imputados pelo Ministério Público, representado pelo promotor João Paulo de Andrade, foram acolhidos pelos jurados. O réu foi condenado por homicídio qualificado pelo motivo torpe, meio cruel e dissimulação, além de ocultação de cadáver e porte ilegal de arma.
Juiz Rodrigo Dadalt presidiu a sessão
O júri demorou cerca de sete horas e foi presidido pelo juiz Rodrigo Dadalt, o qual fala sobre os trabalhos. “O réu confessou em parte o crime alegando legítima defesa, mas os jurados não acolheram esta tese. Como ele manifestou interesse em recorrer, inicialmente ficará preso em Caçador. Após o transitado em julgado, ele poderá ser transferido para outro local”, disse.
O advogado de defesa preferiu não comentar o resultado.
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No plenário, José Carlos disse em interrogatório que conheceu a Vanderleia no Presídio, onde ambos trabalhavam, e que mantiveram um relacionamento conturbado por cerca de dois anos.
Segundo o réu, no dia do crime, em maio de 2016, ele buscou a vítima em frente ao supermercado Cereal na avenida Salgado Filho e a levou até uma estrada secundária entre Caçador e Calmon para conversarem.
A vítima foi morta aos 42 anos de idade
Ele afirma que no local a vítima pediu para urinar no mato. “Ela estava demorando e eu desci do carro. Ela tinha uma faca e começou a me agredir com palavras”, disse o réu, alegando que tomou a faca e esfaqueou a vítima.
Mas, a tese de legítima defesa não foi aceita pelos jurados, que entenderam que o réu premeditou o crime. Segundo o Ministério Público, José Carlos adquiriu uma arma em São Paulo, veio a Caçador, levou a vítima em um local retirado onde cometeu o crime.
Réu pegou 22 anos de reclusão pelos crimes
Segundo a acusação, havia marcas de sangue da vítima no carro, o que contradiz a versão do réu que o crime ocorreu fora do veículo. Também havia uma fita adesiva com marcas de sangue que podem ter sido usadas para conter a vítima.
Outras evidências usadas pelo promotor é que, segundo a Polícia Civil e o IGP, a morte da professora foi violenta. O corpo, que já estava em certo estado de decomposição, tinha vários cortes superficiais quando foi localizado, além de quatro tiros na cabeça.
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