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Amor & Sexo


Tem que rolar química

“Bom dia Lidi! Amiga, não sei o que há de errado comigo. Sou uma mulher interessante. Acho que não sou de se jogar fora. Mas, meu Deus! Não consigo dar certo com homem algum. Será que eu sou o problema? Já tenho quase 40 anos e até hoje só tive namoros relâmpagos. Nenhum passou de seis meses.

Lidi, tenho uma vida profissional bem ativa. Não posso reclamar na minha carreira. Já tenho meu carro, ainda moro com meus pais, mas, pago minhas contas e ajudo nas despesas da casa. Não sou uma mulher de muitas amizades, na verdade, nunca tive muitas amigas. Não sei! Nunca tive sorte nas amizades. Na minha adolescência, minhas amigas de aula e da rua, até vinham pedir para eu emprestar roupas para elas irem nas festas e você acredita que elas tinham a audácia de não me convidar para ir junto? Sempre fui uma mulher simpática, de boa aparência e que atraio a atenção e o interesse dos homens. Quando eu saio eu sempre sou muito paquerada. Acho que por isso minhas ‘amigas’ não me chamavam pra sair. Elas se sentiam ameaçadas com minha presença.

Sabe Lidi, sempre tive mais amizade com os rapazes do que com as meninas. Sempre foi assim. Hoje não tenho mais contato com minhas amigas da adolescência, mas, as notícias que tenho é que a maioria delas estão casadas ou separadas, ou ainda, no segundo ou terceiro casamento. Se são felizes? Não sei. Eu não sou 100% feliz, mas pelo menos, não vivo só de aparência. Vou te confessar que se eu tivesse um amor de verdade acredito que seria completamente feliz, porque poderia ter a minha família, o meu bebê, mas, esse sonho está longe de se concretizar.

Às vezes me pergunto: Meu Deus! Será que sinto inveja dessas minhas ex-amigas que estão aparentemente encaminhadas na vida pessoal? Será que sinto inveja das minhas colegas de trabalho que estão sempre falando de namoricos e das inúmeras festas que vão toda semana? Eu gostaria de ter um grupo de amigas fixas, gostaria de sair mais.

Quem sabe teria mais possibilidade de encontrar alguém, mas, sabe Lidi, às vezes, prefiro continuar no meu canto, mergulhar nos estudos, no trabalho e deixar o tempo passar. Hoje está muito difícil ter amigos. Hoje, mais do que quando eu era mais jovem. As pessoas não são mais confiáveis. Vemos traição de todos os lados. Na amizade, no amor, no trabalho, na vida em família, em praticamente tudo. Lidi, aonde vamos parar? Mas amiga, vamos ao meu dilema, faz uns quatro meses que conheci um rapaz em uma festa. Na primeira vista, não gostei dele, mas devido a sua insistência, acabei cedendo aos seus encantos e ficamos juntos. Quando digo juntos, apenas dançamos, nos beijamos. Só isso. Depois passamos a nos falar por telefone e pelo MSN. Conversávamos quase que o dia todo. Nem que fosse um bom dia ou uma boa tarde.

Nossa Lidi, ele era encantador! Sentia sua falta, sentia necessidade de falar com ele a cada instante. Era uma coisa doida! Meu Deus, como podia estar apaixonada por um cara que eu praticamente não conhecia? Várias vezes combinados de ele vir me visitar e nunca dava. Ficamos ‘namorando’ por telepatia durante quatro meses. Até o dia que ele veio me ver.

Lidi, eu estava com borboletas no estômago de tão ansiosa e feliz por esse reencontro. Achei que finalmente tinha encontrado o grande amor da minha vida. Parecia que tudo conspirava a nosso favor. Nossa Lidi! Nas nossas conversamos tínhamos muitas afinidades. Sabe aquilo que você escreve por aqui de metade da laranja, tampa da panela, pois então, era isso que eu imaginava. Nós combinávamos muito! Era como feijão com arroz, ovo e gema, branco e preto, café com leite, pão com manteiga. Te confesso: eu estava apaixonadíssimo por ele.

Lidi, quando ele chegou em frente a minha casa me deu uma tremedeira nas pernas, o meu coração parece que iria sair pela boca. Uma loucura! O final de semana seria perfeito. Meus pais tinham viajado e eu estava sozinha em casa. Ele entrou, nos beijamos ali mesmo na sala, depois o levei até o quarto. Amiga, naquela hora veia a decepção. Ele erra grosseiro nas palavras e nas ações. Lidi, brochei! Não via a hora que terminasse o serviço. Pensei comigo: quem sabe seja assim só nesse primeiro momento. À noite, amanhã, seja melhor. Quis dar um voto de confiança para o rapaz, afinal, nossas conversas eram ótimas e eu achava que estava apaixonada por ele.

Sabe, Lidi, lá na hora do rala e rola ele começou a querer coisas e fantasiar outras que não curto. Algo que achei o ‘óh’ foi quando sugeriu que eu convidasse umas amigas para fazer uma grande suruba. Pensei: Meu, com esse serviço que me apresentou, com esse ‘documentinho’ que tem no meio das pernas, vem querer insinuar de sair com mais mulher além de mim? O cara se acha. Não dá conta de mim, vai dar conta de mais de uma mulher num mesmo momento? Pare. Amiga, não rola. Lidi, sabe como terminou o nossa final de semana? Ainda no sábado à noite ele voltou para sua cidade.

O cara era muito metido. Só porque tinha carrão, motão, era um forte empresário na cidade dele, achou que iria me comprar, mas, não comigo não rola. Não é nem porque seu ‘documento’ não era tão avantajado assim. Não curti porque além de ser grosseiro na cama ele se achava o rei da cocada preta pelo fato de ter dinheiro. Perdi o encanto Lidi. Depois daquele dia as nossas conversas diárias morreram na praia. Deletei ele do MSN, do meu celular e da minha vida. Estou eu de novo, sozinha e a procura. Lidi, qual o meu problema? Beijo lindona!” Fran – Berger

Fran querida, o problema não está em você. Desencana! Está difícil mesmo encontrar uma pessoa que feche, que se encaixe, que se tenha afinidades, os mesmos interesses, sabe, que ROLE QUÍMICA, que seja como Cosme e Damião, sol e lua, amor&sexo, Romeu e Julieta, Tom e Jerry, Lampião e Maria Bonita, Positivo e Negativo, Lápis e Borracha, Batman e Robin, Pele e Garrincha, Fulano e Cicrano. (srsrs) O problema não está nem em você, nem em mim, nem em mulher alguma. E o pior amiga, é que NÃO EXISTE UMA FÓRMULA para encontrar essa pessoa. É aquela coisa, quando ela (essa pessoa) chegar, vocês vão bater os olhos um no outro e ponto.

O amor estará lançado no ar! Falo isso porque quando encontrei meu ex-marido foi exatamente assim. Bati o olho nele e gamei. (rsrsrs) E olha que ele era pobre, sem carro, sem casa, sem dinheiro, sem estudo, peão do meu tio e não tinha um ‘documento’ grande. Simplesmente, o cupido me flechou e flechou ele também. Porque também poderia ter acontecido de eu me apaixonar por ele e ele não ter sentido atração nenhuma por mim e VICE-VERSA.

Aconteceu porque era para acontecer. Estávamos predestinados a ter uma história juntos, estávamos predestinados a viver aquela história de amor. Eu acredito nisso. Eu quero acreditar que foi isso que aconteceu. Porque se EU fosse agir pela razão, pra mim seria um péssimo negócio me relacionar com ele, porque aparentemente ele não teria NADA para me oferecer, além de amor e sua de beleza física.

Mas amiga a vida real é assim mesmo, muito louca. Se existisse uma FÓRMULA para o amor não teria graça. Era só ir na gôndola de um supermercado e comprar aquele homem ou aquela mulher que se enquadra dentro dos pré-requisitos que buscamos na nossa cara metade. MAS NÃO. Esse homem, essa mulher, normalmente TAMBÉM vem com defeito de fábrica, porque ninguém é perfeito, não é mesmo amiga? Nem eu, nem você, nem ninguém.

E isso que é o bacana. Já imaginou que chatice seria se tudo acontecesse exatamente como a gente quer? O bacana são esses atritos, essas divergências. É tão bom brigar com o namorado, depois fazer as pazes com ele, em seguida, se jogar em seus braços e ter uma linda noite de amor. Vai dizer que isso não é o bom das diferenças?

Por isso Fran, eu quero acreditar que o meu homem, o seu homem e de todas as solteironas de plantão ainda NÃO nos encontrou e PONTO. Enquanto isso vamos continuar nos dando a oportunidade de conhecer pessoas, porque é só com a convivência que saberemos se é isso ou NÃO que estamos procurando.

Talvez se você tivesse ido pra cama com esse rapaz naquela noite não teria perdido quatro meses na sua vida com um cara que não era o que procurava. Se tivesse ROLADO QUÍMICA, não é porque tu foi pra cama com ele no primeiro encontro, que vocês não continuariam se vendo. Sem dúvida nenhuma vocês estariam juntos até hoje vivendo uma linda e deliciosa história de amor.

Eu já conheci rapazes lindos, bem sucedidos, que teriam tudo para ser ótimos ‘partidos’, mas, que não teve continuidade porque NÃO ROLOU QUÍMICA (OU não rolou - só da minha parte, OU não rolou - só da parte dele, OU não rolou - de ambas as partes). PONTO. GENTE, o problema não está em ninguém. A definição para isso é que simplesmente não rolou QUÍMICA. Não tem porque ficar ‘encucando’ achando que não é BOM ou BOA de cama. Não é nada disso. O cara pode ser bom de cama pra mim e pode NÃO ser pra você e VICE-VERSA. As pessoas têm que parar de achar chifre em cabeça de cavalo. Ver problema onde NÃO TEM.

E mais, o tamanho do ‘documento’ do rapaz ou da moça também não interfere na qualidade do sexo. Se ROLAR QUÍMICA, ninguém segura os dois. Amiga, o negócio vai pegar fogo independente do tamanho do palito e independente do tamanho da boca do fogão.
Amiga, o que concordo com você é que NÃO devemos admitir neguinho vir querer ‘pagar’ de pegador e na hora do ‘vamo’ ver não dar conta do recado.

E rapazes, carrão, motão, cargo, dinheiro no bolso, num primeiro momento pode até fazer crescer os olhos de algumas mulheres, MAS, não é de todas - não! Portanto amigos, é melhor comer quieto, sempre e todas, do que ficar fazendo propaganda enganosa. Pensem nisso!

Lidiane Cattani Rabello - jornalista


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com