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Palavra Andante


Rádio In

“Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí...” cantava a Nara Leão, canta a Fernanda Takai e pode cantar qualquer um. Enquanto caminha, por exemplo.

“...Levando um violão embaixo do braço...”, mesmo que não toque nada, que nunca tenha tocado num violão. Mesmo que, para você, aquele ser de seis cordas paralelas seja um artefato alienígena.

“...Em qualquer esquina eu paro, em qualquer botequim eu entro...” cantando (ou imaginando) você pode. Yes you can. Mesmo que seja professora e tenha 60h por semana. Mesmo que opere uma máquina madrugada adentro e saia do trabalho às 6 da manhã, com o dia nascendo.

“Se houver motivo, é mais um samba que faço” ainda que seja neto de polaco com bugre ou, quem sabe filho de italiano com alemão ou bisneto de alguém que você nem sabe quem foi. Não importa a origem, você pode cantar. Nem que seja pra dentro. Em silêncio. Ou pelo menos cantar baixinho, na ida pra escola, na volta do trabalho, dentro do carro. No chuveiro.

Você canta e ouve sua rádio interior. Você vira DJ de si próprio. Em Hi-Fi, Surround, alta concentração. Com fones ou sem fones. Você manda. E com breves intervalos comerciais porque ninguém é de plasma ou silício.

Em suma, você não precisa ser Zé Keti, o legendário compositor da Portela. Mas você pode pegar carona na música dele. Ou de qualquer outro.

Mas cuidado, porque nunca se sabe aonde a música vai te levar, movida pelas batidas do teu coração e com “a madrugada como companheira”.

PS, pra ouvir o som, vai por aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=NzKafjeyUVk

Rodrigo Espinosa Cabral


Rodrigo Espinosa Cabral

Rodrigo Espinosa Cabral, brasileiro, vegetariano, gremista. Um pedaço de poeira cósmica que, às vezes, escreve. Palavra Andante, um passeio pelo mundo das letras.

rodrigoec@gmail.com