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Amor & Sexo

Será que vale o preço só para dizer aos outros: Sou casada!


“Oi Lidiane. Cadê sua coluna na Revista IDEIA, do Jornal Folha da Cidade? Ainda bem que eu tenho internet em casa para poder acompanhar sua coluna aqui no Caçador.net. Lidi, não vou fazer rodeio para me abrir com você. Tenho 42 anos e estou casada há mais de 20. Sou do tempo que mulher solteira com mais de 20 anos era considerada encalhada. Por isso tratei logo de casar. Não queria ficar atrás das minhas amigas, que já estavam tendo até filhos. Casei com o meu primeiro namorado.

Eu o amava muito, mas confesso que quis antecipar o casamento para não correr o risco de ficar para titia. Casei e, claro, logo vieram os filhos. Tenho quatro. Até o número de filhos das mulheres da minha geração eram fartos. Lidi, não conheci nada da vida. Aproveitei muito pouco a minha juventude. Como já disse casei com o primeiro homem que tive. Só fui poder comparar se o sexo com meu marido era realmente bom quando dei umas ‘espacadelas’ e tive a oportunidade de me deitar com outro homem, melhor, vou confessar que sai com quatro homens fora do casamento.

Mas isso depois dos meus 30 anos, quando estava mais madura e comecei a sentir a necessidade, o desejo de novas emoções. A relação com meu marido estava morna. Sabe como é! Com o passar dos anos a vida de casal não é mais como antes.O tesão, a atração, o desejo sexual pelo parceiro, infelizmente, não é mais o mesmo. Na maioria das vezes, quando transamos, é para não perder o costume. É como uma obrigação, sabe?! Parece que nos olhamos e está escrito na cara: Temos que transar.

Lidi, eu sou uma mulher bonita, interessante, inteligente, tenho minha carreira consolidada, nossos filhos já não dependem tanto da gente e meu marido também é um homem interessante, que qualquer mulher gostaria de ter. No fundo, bem no fundo eu amo meu marido e também sinto que ele me ama. Mas, não sei por que não estamos conseguindo aproveitar esse amor que existe entre a gente. Ainda mais agora, que teríamos tempo para curtir mais intensamente só nos dois. Nossos filhos são bem independentes, não nos prendem a nada. Poderíamos curtir um jantarzinho a dois, um motel, uma viagem, mas, não temos feito nada disso. Ambos ficamos em casa, cada qual envolvido em seus trabalhos, só esperando o tempo passar. Saímos juntos somente para ir à missa, passar algumas horas na casa de nossos pais ou em alguma reuniãozinha de família. Nossa vida se resume a isso. Queria mais! Converso com minhas amigas e todas reclamam que a vida delas não é muito diferente da minha. E conversando com minhas amigas solteiras fico fascinada imaginando o quanto elas se divertem e são felizes. Estão sempre numa euforia desenfreada combinando vários ‘programinhas’ e animadíssimas com o novo affair. Sim, porque quando vejo já estão engatando um novo romance relâmpago. Fico pensando o quanto perdi casando tão cedo, sem experimentar nada da vida. Aproveitei um pouquinho nesses últimos tempos com as ‘escapadelas’ frustradas que dei. Todos os rapazes com quem me envolvi conheci no meu dia-a-dia de trabalho e, claro, também pelas redes sociais. Vamos combinar, Lidiane, que rola muita paquera deliciosa pelo facebook, não acha?! Ouvimos, melhor, lemos tudo o que queríamos ler. Aquele homem lá do outro lado é tudo que eu queria ter aqui no meu lado, na minha cama. E foi assim, aquela atração louca pelo novo, que me levaram até o motel algumas vezes, com homens que eu mal conhecia. E, como a rapidez da paixão, do desejo, cada um foi sumindo da mesma forma que apareceu na minha vida. Infelizmente, me frustrei todas às vezes, porque criei uma expectativa que era só minha

Lidi, se um daqueles rapazes tivesse me levado a sério, eu já tinha feito plano de me separar do meu marido, mas todas às vezes quebrei a cara. Vi que o que aqueles rapazes galanteadores queriam era apenas sexo. E... conseguiram. Lidi, eu continuo espichando o olho quando vejo um homem que me agrada. Ainda tenho a esperança de que vou encontrar um novo e intenso amor. Ando me sentindo tão sozinha e infeliz. Sinto falta de um amor intenso. Muitas vezes me pergunto: Será que vale o preço só para dizer aos outros: Sou casada! Um abraço.” Júlia (nome fictício) – bairro Gioppo

Júlia, antes de começar só quero justificar que não estou publicando a coluna no jornal por falta de espaço. OK? 

Agora vamos lá! É Júlia, todo mundo fala. Casamento é assim – quem está fora quer entrar e quem está dentro quer sair. E eu não vou ficar em cima do muro. Vou puxar para o meu assado.  Ainda mais agora que vai fazer um ano que estou casadíssima. (srsrs) Não é essa palavra que toda mulher solteira gosta de falar de boca cheia quando consegue fisgar um marido? (srsrs) Mas Júlia, brincadeiras a parte. Vamos falar sério!

Amiga, todos os casamentos têm seus períodos de altos e baixos. Eu em menos de um ano me fiz a mesma pergunta várias vezes. Toda briga era esse dilema. Meu DEUS! Será que é melhor casar ou comprar uma bicicleta. Muitas vezes decidi comprar a bicicleta, mas, o tempo foi passando e o amor, a vontade de ter alguém, de querer prezar pela família falou bem mais alto. E estou aí firme e forte no meu casamento. Amiga, eu lhe garanto: ruim com ele, pior sem ele. (E vale para ele também: ruim comigo, pior ‘sem migo’ – kkkk) Nós nos amamos e enquanto existir amor, temos que lutar com unhas e dentes, para zelar por essa união.

Amiga Júlia, eu entendo todas as suas frustrações, mas, há de convir comigo que você é responsável por boa parcela do fracasso do seu casamento. Eu ainda acredito que quando chegamos a uma certa idade temos é que sossegar o facho e prezar pela vida a dois. Eu, por exemplo, quando estava solteira, achava um saco ter que sair de casa para encontrar um novo amor. Principalmente porque sabia que todos aqueles homens ‘disponíveis’ estavam ali justamente porque não queriam um relacionamento sério. Era só curtição. Era apenas um sexo e, quem sabe, nos vemos na próxima semana, se não aparecer uma pessoa mais interessante. Bah, Júlia! Para mim que queria alguém era uma frustração só.

E amiga, sempre ouvi aqui e ali que passo a impressão de ‘pegadora’ mas, muito pelo contrário, sempre fui muito sossegada com relação a homem. Minhas amigas com aparência mais comum, essas sim, eram muito mais ‘peguetes’ do que eu. Eu levava a fama e elas levavam pra cama. (srsrs) Esse é o preço de quem é vaidosa, independente e está solteira! Eu paguei o meu.

Júlia, mais uma vez eu friso, não se iluda com a vida de solteira. Mulher solteira é bastante discriminada. Mulher bem resolvida profissionalmente então, nem se fala. As mulheres casadas metralham qualquer mulher solteira que possa se tornar uma ameaça a seu casamento. Na maioria das vezes a mulher solteira não está nem aí para homem comprometido, mas as casadíssimas vêem sinal de perigo em tudo. Não que as mulheres solteiras são umas santas. Não! De forma alguma. Conheço muita mulher solteira que não pode ver uma aliança piscando na mão de um cidadão que logo cai matando. Essas são perigosas! Mas, mulheres casadas, aqui vai um conselho: não se enganem porque as mais ‘feinhas’ e quietinhas são as piores. Prestem atenção! Muitas vezes o perigo mora ao lado. Fique de olho! Tem muita mulher querendo recolher o seu marido para dentro de casa para chamar de MEU!

Amiga, se você quiser arriscar perder o seu marido, separe-se dele. Não te dou uma semana para as mulheres caírem em cima. É só elas saberem que ele está disponível que o coitado não terá mais sossego. E, não te dou um mês para, se ele quiser, já estar dividindo o mesmo teto com outra mulher. Fique esperta Júlia! Homem só fica sozinho se quiser.

Júlia, não se engane, homem para ter um relacionamento sério está em extinção. Se você sonha em encontrar um amor intenso e verdadeiro, acho melhor, começar a mudar de ideia e valorizar o que tem dentro de casa. Muitas vezes somos infelizes porque queremos. Amiga, tantas mulheres sonham em ter um homem para chamar de seu e não encontram. O que acha de começar a pesar os prós e os contras para ver se vale a pena ou não estar casada.

Sugiro que chame seu marido para uma conversa franca e aponte o que acha ruim na relação e o que poderia melhorar. Sim, porque não basta só criticar. Ele também vai dar a sua contribuição. Amiga, olha só a vantagem que vocês têm: existe amor entre vocês. E esse tal amor é que não se encontra na gôndola do supermercado, muito menos, no facebook. Não acha melhor trocar o facebook pelo homem de carne, osso e algumas ‘coisitchas’ a mais que está ali deitado na sua cama? Amiga, você tem a faca e o queijo na mão, porque não gozar dessa vantagem?

Júlia, vou te confessar: eu amo essa vidinha ‘sem sal’ do casamento. Nunca tive muitas amigas. Sempre fui muito sozinha. Então, para mim, ter um companheiro que me ame, que goste de fazer as mesmas coisas que eu gosto, que goste e trate bem dos meus pais, que me leve sair para passear, que me acompanhe nos meus compromissos profissionais, que me apóie, que goste dos meus bichos e que me dê prazer na cama. O que eu quero mais? Amiga, eu estou no céu! E acredito que você também poderia estar.

Amiga, eu já estive a ponto de me separar, mas, nada melhor do que uma boa conversa para colocar a relação nos eixos. Depois de uma briga, se ambos se amam, a reconciliação é tão gostosa! Portanto, quebre os pratos! Hoje mesmo, jogue para fora o que lhe aflige. Tenho certeza, que essa briga vai acabar na cama. E nada melhor do que começar tudo de novo, com uma noite caliente de amor! Pense nisso! Melhor, você sabe tão bem quanto eu, que é bem isso!

Com carinho,
Lidiane Cattani Rabello - jornalista


Lidiane Cattani

Depois de conversas e conselhos sobre relacionamentos amorosos à amigas, Lidiane passou a publicar essas histórias e opiniões. Os artigos deram tão certo que já são três anos desse trabalho. A participação do leitor e as pautas sobre o assunto são muitas, o que garante boas histórias. A popularidade da coluna se justifica pelo fato dos leitores se identificarem com as situações e pela forma descontraída como a autora conduz as respostas. A maioria dos artigos são apimentados, o que aguça a curiosidade do leitor.

cattanirabello@hotmail.com