De acordo com pesquisa do Sebrae, os negócios em ambiente familiar tendem a ter pouco sucesso quando as gerações seguintes à do fundador assumem. É necessário formar e preparar esses sucessores para a tarefa que assumirão.
Antes de passar o bastão, empresas familiares devem preparar as próximas gerações e profissionalizar a gestão. Preparar um sucessor é fundamental para a continuação de um negócio familiar. Um estudo recente divulgado pelo Sebrae apontou que, apesar da maioria das empresas brasileiras nascerem em ambiente familiar, somente 33% conseguem chegar à segunda geração e 5% sobrevivem à terceira geração.
O relatório “Empresa familiar – O desafio da governança”, realizado pela consultoria PWC, conta que quanto mais a família aumenta, maior é a probabilidade de que existam pessoas que nunca trabalharam no negócio e que esperam receber seus dividendos, o que pode causar tensões.
Isso faz com que muitas empresas transfiram, no papel, o cargo de CEO para a próxima geração, mas deixam o poder de decisões ainda com a geração antiga. Ou até mesmo torne a sucessão um tema tabu, fazendo com que empresas atrasem ao máximo essa discussão.
Uma das questões é viabilizar um processo para os próximos herdeiros que assumirão a empresa.
Passar o bastão, vender a empresa ou contratar um gerente externo
O relatório da PWC indicou ainda que a profissionalização da nova geração tem ajudado na hora da sucessão. De acordo com os participantes entrevistados, apenas 7% saíram direto dos estudos para entrar na empresa, enquanto que 55% passaram por um programa de desenvolvimento profissional e 46% passaram por outras empresas antes de entrar na organização familiar. Porém esse mesmo estudo indicou que, de acordo com a próxima geração, os maiores desafios são entender a complexidade do negócio, ser convocado a assumir um cargo na qual não se sentem capazes ou assumir responsabilidade muito cedo.
Esses desafios têm feito com que muitas famílias escolham vender suas empresas ou transferir a propriedade, mas não a gestão, para seus sucessores. No ano passado, no Brasil, o número de empresas que declararam pretender passar a propriedade mas não a administração para herdeiros foi de 59%, e os que planejam vender ou abrir capital foi de 19%.
Porém, mesmo com a gestão terceirizada, a família ainda tem responsabilidades como acionistas. Uma delas é exigir a prestação de contas pelo desempenho e acompanhar de perto as estratégias, operações e objetivos, participando ativamente dessas decisões. Além disso, os herdeiros devem proteger os princípios que sempre nortearam a empresa.
Fonte: Brasil Econômico