A Associação Empresarial de Caçador (Acic) promoveu na noite
de quinta-feira, 13, um encontro ampliado reunindo as grandes lideranças
empresariais e políticas de Caçador e região, além de entidades, para a
apresentação do pré-projeto da Rodovia do Contestado e sua viabilidade
econômica, que ligará Caçador a Canoinhas, passando por Calmon e Timbó Grande.
Uma grande obra de infraestrutura que promete mudar o cenário da região.

No total são 108,97 quilômetros de pavimentação para fazer
surgir a estrada que irá encurtar caminhos para quem utiliza a BR-116, Curitiba
e Litoral Norte catarinense, facilitando o escoamento da produção e
movimentando uma região que necessita de um impulso econômico como este.
A primeira etapa contempla 43,07 quilômetros entre Caçador e
Timbó Grande (SC-459 e estradas municipais), orçada incialmente em R$ 157
milhões. A segunda etapa vai de Timbó Grande a Canoinhas envolvendo a SC-120,
orçada incialmente em R$ 230 milhões. As duas frentes de trabalho totalizam um
investimento de R$ 387 milhões para conclusão da obra, que ainda inclui duas
pontes sobre o Rio Cachoeira e Rio Caçador Grande.
O valor refere-se à pavimentação tradicional, realizada com
asfalto. Mas os empresários e representantes políticos presentes no encontro
deverão optar pela construção da rodovia com pavimento de concreto, devido a
durabilidade e resistência para suportar o escoamento da produção regional que
passará por ali, com grande incidência de veículos pesados (caminhões). Com
isso, o valor orçado deverá subir cerca de 25%, o que na opinião de todos é um
custo aceitável devido a vida útil que o pavimento de concreto irá trazer, muito
maior do que o asfalto tradicional.
Outros municípios também serão beneficiados com a construção
da rodovia, como Irineópolis e Bela Vista do Toldo. A obra ainda possuiu
caráter benéfico para o setor educacional, sendo que os estudantes de Timbó
Grande que diariamente vão a Caçador fazendo cerca de 280 quilômetros entre ida
e volta, com a nova rodovia esta distância encurtaria para somente 86
quilômetros ida e volta, resultando em maior qualidade de vida, tempo e
descanso.
A apresentação do pré-projeto ficou a cargo do engenheiro
civil responsável pelos estudos e pela futura execução da obra, Everton Bauer.
Ele explica que após o aporte financeiro, o projeto deverá levar 1 ano para ser
realizado, com investimento de R$ 7 milhões no total envolvendo as duas etapas.
Esse é o ponto inicial para que os trabalhos iniciem e,
neste aspecto, o deputado federal Valdir Cobalchini, presente na apresentação
do pré-projeto da rodovia, anunciou e assinou um aporte de R$ 1,5 milhão por
meio de emenda parlamentar, para o início da realização do projeto nesta
primeira fase.
“Tivemos há poucos dias o encontro dos prefeitos em Brasília
e pude conversar com alguns deles sobre esta nova rodovia. Quero louvar a
iniciativa e a união da classe empresarial e política da região, pois não
teríamos como realizar uma obra desta envergadura sem a união de todos. Não há
desenvolvimento sem infraestrutura e uma rodovia é sinônimo de
desenvolvimento”, declarou Cobalchini.
A reunião também teve o apoio da Assembleia Legislativa, com
a presença do deputado estadual Nilso Berlanda, natural de Curitibanos e que se
disse entusiasmado com o projeto para a Rodovia do Contestado. “Devemos levar
esta demanda ao governador Jorginho Mello. Uma obra importante para o
desenvolvimento da região e precisa estar no orçamento do Governo. São diversas
lideranças envolvidas entre a classe empresarial e política, demonstrando a
força da região e quão importante será esta obra”.
O prefeito de Caçador, Alencar Mendes, comenta que tirar as
dúvidas do pré-projeto foi fundamental para que todos pudessem entender a
grandiosidade desta obra e como ela irá trazer mais desenvolvimento para uma
região rica, mas sem infraestrutura viária adequada para o escoamento da
produção. “Agora teremos a proposta em mãos, com a força de todas as classes
reunidas, apresentando a viabilidade da execução da obra ao governador, para
que isso se torne realidade”.
Fiesc
O 1º vice-presidente da Federação das Indústria de Santa
Catarina (Fiesc), Gilberto Seleme, falou que a entidade possui os números que
comprovam a força da indústria da região do Contestado e irá fazer o possível
pelo desenvolvimento, que passa pela execução da obra desta rodovia.
“Sem logística não há progresso e a indústria não pode se
desenvolver sem a logística. Atualmente temos um custo para chegar aos portos
brasileiros mais caro do que dos portos ao destino final da mercadoria, seja
Europa ou Estados Unidos. Nossas rodovias estão muito precárias. Temos que
mostrar isso ao Governo do Estado e a semente foi plantada. A Rodovia do
Contestado não é de Caçador, nem de Timbó Grande e nem de Canoinhas. É uma
estrada para o desenvolvimento regional do Meio Oeste e Planalto Norte catarinense.
A Fiesc está colocando todas as suas forças neste projeto”, disse Seleme.
Acic
O presidente da Associação Empresarial de Caçador (Acic),
José Carlos Tombini, declarou que este projeto da Rodovia do Contestado é um
sonho para toda a sociedade da região e que estas apresentação da viabilidade
econômica foi muito importante para que todos vejam que a obra é realizável e
possui facilidades para isso acontecer, como a grande área de estrada já
consolidada, sem a necessidade de desapropriações, além de um solo já
verificado pelos engenheiros, como sendo de bom manuseio para a pavimentação.
“Temos a força política unida com a empresarial e entidades
como Fiesc, Uniarp e Udesc, para executarmos esta obra em uma região de grande
riqueza, principalmente florestal, onde empresas já atuam e possuem
dificuldades no trajeto. A ideia é desenvolver a região, que possui um IDH
baixo e queremos mudar este cenário, dando mais orgulho para todos que residem
e trabalham nos municípios envolvidos. Esta demanda será levada ao governador
pois precisamos transformar este caminho em uma rodovia que será moderna e
trará uma nova realidade regional”.