A Polícia Civil concluiu e entregou ao Poder Judiciário o inquérito do caso em que a filha matou a própria mãe em Caçador. A informação é do delegado regional Fabiano Locatelli. Elenir Aparecida Ribeiro, 45 anos, morreu após receber uma dose fatal de medicamento.
Valéria Ribeiro da Silva, 23 anos, premeditou e executou o crime com a ajuda do ex-namorado, Leandro Matheus Alves Negretti, 24, e da prima Priscila de Fátima Ribeiro, 25. Os três estão presos.

De acordo com o delegado Locatelli, nesta quinta-feira, 23, a polícia recebeu o parecer médico legal do Instituto de Análises Forenses, de Florianópolis. Segundo o documento, seis cápsulas da substância dada para a vítima seriam suficientes para causar a morte. A investigação aponta que ela ingeriu mais de dez comprimidos.
“A Elenir era uma pessoa doente que morava com a filha e recebia cuidados diários. Com a ajuda do ex-namorado, que era personal trainner em uma academia, a filha deu para a mãe uma dose fatal de um remédio emagrecedor a base de efedrina. A vítima agonizou por mais de três horas até morrer”, lembra o delegado.
Para o delegado, o conjunto de provas da autoria do crime é robusto. Valéria, Leandro e Priscila serão indiciados por homicídio qualificado por meio insidioso e de forma que dificultou a defesa da vítima. Valéria ainda responderá por mais uma qualificadora, motivo torpe.
“A Valéria planejou o crime porque o ex-namorado não aceitava o fato dela ter que cuidar da mãe doente. Temos um conjunto de provas, inclusive a gravação da Valéria e do Leandro conversando sobre o crime”, ressalta Locatelli.
Somente a pena de homicídio qualificado prevê de 12 a 30 anos de prisão. Os três seguem detidos no Presídio Regional de Caçador.
O caso
No dia 14 de junho a Polícia Civil de Caçador prendeu Valéria Ribeiro da Silva, 23 anos, Leandro Matheus Alves Negretti, 24, e Priscila de Fátima Ribeiro, 25. Os três são acusados do homicídio de Elenir Aparecida Ribeiro, 45 anos, mãe de Valéria.
Segundo o delegado Locatelli, o crime foi descoberto por acaso. A polícia trabalhava no caso de um suposto serial killer e passou a investigar pessoas desaparecidas. Uma delas Agenor Régis Ribeiro Filho, 42, tio de Valéria e irmão de Elenir.
Familiares foram chamados para prestar depoimento. Um deles disse à polícia que desconfiava da morte de Elenir, ocorrida em 3 de março de 2016.
A partir de então se iniciou uma nova investigação, que terminou revelando o caso chocante.
A polícia revelou uma gravação em que Valéria e o ex-namorado, Leandro, conversam sobre o crime. O áudio é apontado pela investigação como a prova de que a jovem planejou dar um medicamento em dose fatal para a mãe com o objetivo de matá-la. Ela conseguiu a substância com o ex-namorado que trabalhava em uma academia.
A prima de Valéria, Priscila, estava junto na casa e viu Elenir agonizar por três horas até a morte. As jovens chegaram a chamar os bombeiros na tentativa de simular um pedido de socorro, mas a mulher já estava mora.
O médico também não desconfiou porque atendia Elenir há tempos e sabia que ela era uma pessoa bastante doente. Ele atestou infarto do miocárdio.
Três meses depois a polícia desvendou o crime e o que mais chamou a atenção, além da crueldade, foi a motivação do crime. Valéria queria reatar com o ex-namorado e ele não aceitava o fato da jovem cuidar da mãe doente.