Exames feitos pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), em um
laboratório do Ministério da Agricultura, confirmaram a presença de arsênio na
urina do filho e do marido de Deise Moura dos Anjos, presa suspeita de envenenar
bolo e matar três familiares em Torres, no Rio Grande do Sul. Além de quatro
homicídios, incluindo a morte do sogro, ela deve responder por outras cinco
tentativas de assassinato.
Em uma das mensagens encontradas no celular de Deise,
divulgadas pela polícia na última semana, a mulher cita o filho e pede para
que, se ela morrer, cuidem dele e rezem por ela, “pois é bem provável que eu
não vá para o paraíso”. Após a confirmação das mortes por envenenamento, a
Polícia Civil desconfia de que a suspeita possa ser uma serial killer.
Deise virou suspeita de outros envenenamentos após o corpo
do sogro dela, Paulo Luiz dos Anjos, morto em setembro de 2024, ser exumado. Na
análise, também foi encontrado arsênio, mesma substância que matou Maida
Berenice Flores da Silva, de 58 anos, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43, e
Neuza Denize da Silva dos Anjos, 65, após ingerirem um bolo.
O IGP deve ainda fazer testes em garrafas de água levadas
por Deise para Zeli, quando a sogra estava hospitalizada após envenenamento. A
ideia é verificar se a suspeita também tentou envenenar a mulher.
Relembre o caso
O incidente aconteceu no dia 23 de dezembro, durante uma
reunião familiar em que pessoas da mesma família consumiram um bolo e passaram
mal. A suspeita é de que a farinha utilizada estava contaminada com arsênio.
A principal suspeita teria ameaçado a sogra dias
antes de envenenar o bolo. Por mensagens de texto, Deise chegou a dizer que a
mulher iria ver “a família dentro de um caixão”. Áudios também mostram que ela
tentou desencorajar a família a procurar a causa da morte de Paulo e chamou a
sogra de “peste”.
“A gente tá muito nervoso, muito ansioso, um pouco
depressivo, depressível, também. Ele era um pai maravilhoso, um avô muito
querido e a minha sogra é uma peste”, dizia na gravação.
No celular também foi encontrada uma nota fiscal com o nome
da suspeita que mostra que Deise comprou o veneno pela internet quatro vezes em
um período de quatro meses. Pela data das compras, um dos pedidos foi realizado
antes da morte do sogro, que ingeriu um café misturado com leite em pó
envenenado com a substância venenosa.
Quem são as vítimas
Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos
Santos eram irmãs e faleceram por parada cardiorrespiratória. Já Neusa Denise
da Silva dos Anjos morreu por “choque pós-intoxicação alimentar”.
Essas são as vítimas do caso do bolo envenenado, mas a
polícia não descarta que outras pessoas possam ter sidos envenenadas por Deise,
como o próprio pai. José Lori da Silveira Moura morreu aos 67 anos, em
Canoas, em 2020, por cirrose, e o corpo pode ser exumado.
Deise está presa suspeita de triplo homicídio duplamente
qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificado.
Com informações: NSC