A falta de educação e de polidez está tornando difícil ou quase impossível o convívio entre chefes e subordinados, entre colegas de trabalho, entre colaboradores e clientes e fornecedores. A verdade é uma só: ou fazemos um pacto de civilidade em nossas empresas e organizações ou a guerra surda ou declarada só irá piorar.
E dentro desse pacto as empresas e organizações precisam, com urgência, realizar treinamentos de civilidade e boas maneiras para seus colaboradores. Conheço empresas que têm vergonha de fazer esse tipo de treinamento acreditando que possa ofender os colaboradores. Puro engano! As pessoas hoje precisam e querem aprender o que seus pais e a escola não ensinaram.
A forma de discutir boas maneiras tem que ser bem cuidada para que o tema não vire gozação ou afetação exagerada, nem constranger as pessoas. Podem ser utilizados vídeos, trechos de filmes, exercícios, tudo de forma leve e descontraída, explicando-se o conceito de civilidade e de dignidade e sua importância para o convívio saudável entre as pessoas, principalmente no ambiente de trabalho, onde não escolhemos as pessoas com quem convivemos.
Pessoas “grosseiras”, nem sempre têm culpa de sua grosseria. A maioria delas não recebeu uma educação civilizada. Há pessoas a quem nunca foi ensinado sequer como pegar num garfo e faca, como se comportar numa reunião social ou num ambiente de trabalho e menos ainda como falar sem ofender ou mesmo a consciência de que seus direitos terminam onde começam os direitos das outras pessoas. É preciso fazer a caridade de ensiná-las.
Muitos me dirão ser um absurdo que a empresa tenha que educar para a civilidade, o que deveria ser uma atribuição da família e da escola. Concordo! Mas se quisermos ter sucesso e paz em nossas empresas e organizações vamos ter que enfrentar mais esta!
Luiz Marinz é antropólogo e consultor.
Fonte: Portal Novo Varejo