A experiência e o fator humano deram o tom da 107ª edição do Big Show, maior e mais importante evento de varejo do mundo, promovido anualmente pela NRF (National Retail Federation), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A convenção conta com exposição de tecnologia e produtos, além de fórum de conteúdo voltado ao setor, com palestras conduzidas por empreendedores bem-sucedidos do varejo.
Em 2018, reuniu 35 mil pessoas, 600 expositores e destacou que promover engajamento dos colaboradores deve estar presente em toda a cadeia do setor, para que os envolvidos se sintam valorizados e parte do processo, desde a produção, passando pelos colaboradores, empreendedores e, por fim, o consumidor final.
O desafio é atrelar inovação, simplicidade, sofisticação e facilidade às novas tecnologias para atender às demandas deste consumidor sempre dinâmico e conectado, cuja tendência pede personalização de produtos e valorização de seu eu individual.
Um exemplo deste formato foi apresentado pelo presidente da centenária marca de jeans Levi’s, James ‘JC’ Curleigh, que chegou de bicicleta, ouvindo Bob Dylan, para ministrar sua palestra no Big Show. A música vinha de sua jaqueta jeans com ‘wearable technology’ (tecnologia vestível, em uma tradução livre) desenvolvida em parceria com o Google, que se conecta via bluetooth com o celular. Com isso, por meio de toques na própria roupa, é possível selecionar músicas e até atender a uma chamada telefônica. “Temos de manter um pé no passado para lembrar de onde viemos e o outro no futuro, para termos a visão do que vamos proporcionar aos nossos clientes”, destacou.
A inteligência artificial, realidade aumentada, comércio via celular e robótica ganharam destaque no evento, tanto nas palestras quanto nas exposições. A Visa, por exemplo, anunciou na convenção o projeto piloto de cartões com dupla interface: o chip atual e o com leitura de impressões digitais. Uso de telas no ponto de venda para interagir com o cliente, reconhecimento facial e realidade virtual deixarem de ser tendência.
“Para se destacar no mercado, o varejista deve ter em mente que sua marca, produto ou serviço precisa de um propósito. Mais do que uma meta, é indispensável um ideal, um valor, um compromisso que vai servir de referencial para a divulgação espontânea, por parte do cliente, de quem entregou o melhor produto ou serviço”, diz o presidente da FCDL/SC, Ivan Tauffer, que prestigiou o Big Show.
A humanização dos produtos e serviços de atendimento a clientes colocaram em voga também a valorização dos colaboradores. O presidente do grupo Walmart, Doug Mcmillon, contou em sua palestra que a empresa investe em treinamento. São 200 academias de formação com mais de 225 mil pessoas treinadas em um universo de 3,5 milhões de empregados ao redor do globo. Segundo Doug, o reconhecimento aos colaboradores faz com que eles se dediquem arduamente aos clientes.
Uma das grandes lições transmitidas pela NRF é a de que não podemos mais usar limitadores, como querer separar varejo físico e varejo on-line. Na verdade é vital a integração de todas as plataformas, inclusive com as redes sociais, que são grandes vitrines dos varejistas e também demonstram as vontades e gostos dos consumidores. O varejo é um só, dinâmico, completo, acessível, e a tendência é usarmos todos os recursos que a tecnologia nos oferece.
Fonte: FCDL/SC