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Toni Corrêa

A nota do Bispo Dom Severino isolou Padre Valmir


É plenamente compreensível os termos da Nota Oficial emitida pela Diocese de Caçador e o Conselho de Prebíteros. A grosso modo, representa o que a maioria da população pensa: apoio ao Conselho Consultivo.

Mas, sinceramente, eu esperava pelo menos uma linha com algumas palavras, que possibilitasse ao menos uma “saída honrosa” para o Padre Valmir. Algo assim, como “compreendemos as circunstâncias em que o desabafo de Padre Valmir foi feito”, ou então, “Padre Valmir perdeu um familiar, então devemos compreender o momento em que vive”.

Mas nada, nada disto, consta na Nota Oficial. Como se diz na gíria, parece que o padre foi desligado da tomada.

No meu modo de entender, a indignação de Padre Valmir faz sentido e não pode ser ignorada. Muito menos pela direção do hospital ou o Conselho Consultivo. Mas também é verdade que há exagero na palavras do padre, superdimensionadas por se tratar de uma liderança, no caso, liderança religiosa. Não questiono se o padre teria competência para “tocar” o Hospital Maicé de forma mais assertiva do que os atuais diretores, mas ouso dizer que Padre Valmir não conhece a complexidade que é a gestão do estabelecimento hospitalar, sobretudo, pela falta de recursos.

Mas lembremo-nos também que as reclamações sobre o atendimento do Hospital Maicé não são de hoje. Há muito que a população de Caçador e da região reclamam.

Reitero minha opinião de que o tempo do governo é diferente do tempo do hospital. O governo já começa a “jogar” para o orçamento do ano que vem e o hospital tem dívidas que carecem de pagamento de forma urgente, sob pena de precarizar – ainda mais – o atendimento.

É importante dizer que devemos tomar cuidado com as declarações que fazemos, porque vejo opiniões de populares que colocam dúvidas sobre a gestão do hospital e fazem questionamentos que beiram a irresponsabilidade e que atingem a honra das pessoas. E isso é perigoso.

Devagar com o andor porque o santo é de barro.

Portanto, se todos tem razão, porque não juntar este conjunto de razões em torno da melhoria na prestação de serviços do Hospital Maicé.

Tenho uma certeza: fechar o Maicé não é a solução, a solução é melhorá-lo.


Toni Corrêa

Bacharel em Secretariado Executivo Bilíngue, Mestre em Ciências da Educação, atua na área da comunicação desde 1988, com longas passagens pelo rádio, jornal e portal de notícias. É também escritor, cerimonialista e palestrante. Sua coluna traz informações sobre os bastidores da política local, regional e nacional, além de economia e assuntos gerais, que interessam principalmente a Caçador e região.

tonicorrea@gmail.com